domingo, dezembro 09, 2007

Vila Franca de Xira










Não faço lá muita questão de conduzir automóveis em Lisboa. Desde que vim de Santa Maria, praticamente só tenho andado de transportes. Até porque acho muito mais cômodo e prático. Faz-me confusão o trânsito daqui...e como não sou lá muito atenta, prefiro andar a observar e contemplar, sem ter que me preocupar com sinais, gente que não respeita, a falta de paciência dos outros condutores e, claro, tenho que admitir, a minha natural dispersão.
A minha amiga Mariângela, noutro dia, quando levava o filho à escola, por um dá cá aquela palha que ela nem sabe qual...só não foi chamada de "santa", por um condutor que vinha atrás dela...
Pois não ando com vontade de me estressar e nem de andar a ouvir essa espécie de elogio...

Só que ontem teve um vinhozinho ao almoço. E resolvemos passear à tarde. Como eu só tinha tomado um copinho pequenininho, sobrou-me a direção. Como toda a gente sabe, por aqui, se alguém for pego conduzindo com mais de 0,5ml de álcool por litro de sangue, tá todo lixado. Carro apreendido, carta de condução recolhida, multa elevada e um monte de incomodação. Se calhar, ainda dá prisão. Tá bom assim, ou quer mais?

Peguei a Nacional 10, em direção à Vila Franca de Xira. O Arsénio ao lado, de co-piloto. Até que não foi mau.

Depois de parar no caminho para comprar a cômoda numa tal loja Max-não-sei-o-que, acabamos por ir até Vila Franca, por onde eu já havia passado várias vezes, mas nunca tinha parado ou andado pela cidade.
Uma povoação muito simpática, característica do Ribatejo, onde as ruas são estreitinhas, na parte mais antiga, e as casas típicas, de cores suaves e com muitas roupas penduradas em frente às janelas e portas.

A maior tradição, ali, são as touradas, há uma grande e colorida Praça de Touros logo à entrada da cidade.
Lembro logo da minha mãe, que é louca por touradas, não perde uma na TV, mas acho que nunca foi ver ao vivo e a cores, como gostaria.
Um dia desses ainda vou ter que ir a uma no Campo Pequeno, aqui em Lisboa, tirar muitas fotos e mandar prá ela, que há de adorar, com certeza.
Em Vila Franca de Xira, no verão, acontece a Festa Brava, a festa dos Coletes Encarnados, e a cidade se enche de visitantes. Me diz o Arsénio que por ocasião das Largadas de Touros às vezes chega a morrer gente. Fugindo do touro, alguns, com medo, pulam o muro que acaba por colocá-los embaixo de algum trem. Daí, como ele diz, é arroz queimado. Antes de colocarem o muro mais alto, também morreu um ou outro touro, pelo mesmo motivo. A linha do comboio passa mesmo ao lado e os trens andam a uma velocidade muito grande.
Há também um jardim muito bonito à beira do Tejo. Agora no outono, ainda deve estar mais, o chão coberto pelas folhas, parece um tapete multicolorido, em tons laranjas, marrons e verdes.

As pessoas é que não se vestem com muitas cores, mas é o jeito de cada um, paciência.

Portugal é assim...cada lugar tem o seu encanto e muita história prá contar.

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