domingo, julho 26, 2009

A tourada tem dois tipos de animais: touros na arena e jumentos nas bancadas.


Não, não, a frase não é minha, só achei engraçada. E bastante forte.
Li aqui:

http://arrastao.org/sem-categoria/a-memoria-da-vida-e-da-morte/#comments

(Pedro Morgado, em 1 de junho de 2007)
........................
O assunto vem porque hoje a RTP1 passou a tarde a transmitir ao vivo o espetáculo diretamente de Póvoa de Varzim e, por acaso, o Arsénio me chamou várias vezes para assistir.
Contestei.
Digo que não gosto.
E não sou mesmo fã.
A minha mãe adora, apesar de nunca ter assistido uma ao vivo e a cores, imagino eu.
Mas eu não gosto mesmo.
Sei que é tradição, sei que platéias entusiasmadas comparecem às praças de todo o país, da Espanha e da França, além de vários países da América.
Mas o que posso fazer?
Acho um tipo de atividade cruel.
Digam o que quiserem.
Cada um defende aquilo que pensa.

Vai daí que, como portugueses e espanhóis levam a vida a se bater prá definir quem é realmente o dono dos maiores tomates, porque na Espanha não há forcados, que são aqueles que seguram o touro pelas guampas e pelo rabo (nas famosas pegas), e hoje à tarde isto foi fartamente comentado, vim buscar na internet a origem de tudo.

Pois muito bem.
Li que a origem pode ser céltica.
Mas o registo pictórico mais antigo da realização de espectáculos com touros remete à ilha de Creta (Knossos). Esta arte está presente em diferentes vestígios desde a antiguidade clássica, sendo conhecido o afresco da tourada no palácio de Cnossos em Creta.
Na cultura da península ibérica, o Circo de Termes parece ter sido um local sagrado onde os celtiberos praticavam o sacrifício ritual dos touros.
A estela de Clunia é mais antiga representação do confronto de um guerreiro com um touro.
As representações taurinas de variadas fontes arqueológicas encontradas na península Ibérica tais como os vasos de Líria, as esculturas dos
Berrões a bicha de Balazote ou o touro de Mourão estão quase sempre relacionadas com as noções de força, bravura, poder, fecundidade e vida que simbolizam o sentido ritual e sagrado que o touro ibérico teve na península.
Em Portugal as chamadas touradas de morte foram proibidas no tempo do Marquês de Pombal, a mando do rei, após um trágica corrida em que faleceu uma grande figura nobiliárquica estimada pelo monarca. Em 2002 a lei foi alterada para permitir os touros de morte em locais justificados pela tradição, como na vila de Barrancos.
Depois disso, vê-se de tudo.
Há os que defendem com unhas e dentes, em função de manter uma tradição, os que são veementemente contrários, há a turma do deixa-disso e há quem esteja se lixando pro assunto.
Por aqui, matar na arena não pode, a não ser em Barrancos.
Ah...pois é.
Fora da arena, pode.
É isso mesmo?

Não entendo lá muito de touradas e muito menos de leis.
O que sei é que detesto violência e que se engane quem quiser, mas prá mim, a tourada não passa de um espetáculo prá lá de violento. É violência com os touros, com os cavalos e com as pessoas, que se arriscam à morte em muitas das vezes.
Sou paz e amor.
O resto é maquiagem.

Cof...cof

Catafum...
Catafum...
Cof
Cof
Cof

_Tosse são tudo micóbrios que a gente temos na garganta.
É sim, senhora!

_Ai...sim?

_ Pois...Então não é?

(Conversa entre duas senhoras na camioneta em que vou ao trabalho).

Construindo lembranças...



Ontem finalmente saiu o tal de Bobó de Camarão encomendado pelo tio Monteiro, lá na casa deles, na Aroeira.
Que até me saiu com uma boa cara e o pessoal parece ter gostado.
Rolou inclusive uma caipirinha, feita pelo Arsénio.
Um dia com pinta de brasileiro.
Um dia bom de se passar, entre conversas e petiscos, praia e um sol quentinho.


Tios e primos e a mesa posta na sombra do pátio.




Poses das meninas Ana e Cristina...


Miguelito com o seu cabelão...





E depois...direito a cabeleireiro/barbeiro (primo Guerreiro) à domicílio e mais...



Visual de verão...

Uma senhora em sua caminhada...

Dino, Arsénio e Sérgio.



Areia e os olhos de céu do Miguel...



Stop na praia, país, cidade, marca, objeto... (prima Ana Luísa, prima Tina e o priminho Miguel.


Uma tosta mista que o primo Sérgio fez prá mim, ao lanche.



E um pôr de sol de respeito ao final da tarde, na Fonte da Telha.

sexta-feira, julho 24, 2009

Lembranças...


Estava ali na cozinha agora, a descascar mandiocas para o almoço de amanhã e me veio a imagem do meu Vô Flôres, na cozinha da casa dele, lá em Cachoeira do Sul, a fazer a mesma coisa e ir explicando calmamente como devia ser feito.
Eu devia ter então uns cinco anos.
Nunca mais esqueci.
Lembro dele com um grande chapéu de palha, sentado em um desses banquinhos baixos de madeira, com uma faca muito afiada, a produzir aqueles rabichos de casca, como se fossem uma serpentina, inteiros, sem se romper no caminho.
Segundo ele, era preciso ter a ciência da coisa e uma faca muito boa.
Depois me falava das formigas de correição, olhando de soslaio para um carreiro delas que passava ao lado, na parte de baixo da escada que dava para o pátio. A simples menção me aviva a memória do nariz com um cheiro forte de pó de gafanhoto, que ele usava prá acabar com elas, não sem antes recomendar e recomendar para que a gente não pisasse ou tocasse. Funcionava por uns dias, o tal pó. Não tardava e elas tornavam a aparecer, em outro canto qualquer do pátio.
Eu ali sentada, os olhos muito arregalados, a tentar absorver um conhecimento que vinha de anos de prática e que me parecia importante, sem saber que um dia, aqui em casa, muitos anos depois e a tanta distância de Cachoeira, eu estaria a descascar mandiocas e a lembrar do meu avô. Ficava horas por ali, à volta dele, a fazer perguntas e mais perguntas, enquanto minhas tias Lourdes e Marlene davam o banho diário na minha avó, que já não atinava com a maior parte das coisas. Umas vezes eram elas, noutras também a tia Célia. Mas invariavelmente havia uma gritaria, porque ela, a minha avó Elba, lá bem no íntimo, devia achar que tinha coisas mais importantes a fazer do que tomar aqueles banhos intermináveis.
Eram as minhas férias da escola e geralmente ia passar na Vila Barcelos (hoje Bairro Santa Terezinha), onde moravam quase todos os parentes do meu pai. Em duas ou três quadras do bairro que, prá mim, era um mundo. Era um dia ou dois na casa de cada um, numa espécie de revesamento, prá que não houvesse ninguém melindrado. Ainda bem, sinal de que éramos queridos.
Bons tempos.
Há coisas que ficam, outras nem tanto.
Essas ficaram e são imagens muito nítidas, guardadas em algum canto, onde possam ser invocadas vez ou outra, por um gesto ou acontecimento simples.
Assim, sem muito pensar.
Tão bom.
Olha, vô, as mandiocas aqui em Portugal vêm da Costa Rica e com uma espécie de cera em volta, prá conservar mais tempo. Acabam por não conservar nada. E não são tão branquinhas como eram as da sua horta. Não se consegue descascar do jeito que o senhor me ensinou e tô prá dizer que nem cozinham bem.
Mas é o que temos.
................
Se ele pudesse ler o que aqui escrevo, na certa havia de rir muito e bem alto, como era do feitio dele.
Mas quem pode dizer?
A gente não sabe...
Deve andar aprontando as suas lá pelo paraíso.
Uma figuraça, o meu Vô Flôres.

quinta-feira, julho 23, 2009

EAGLES espetaculares na noite de ontem, no Pavilhão Atlântico.

Com um público que esteve por volta de doze mil pessoas e que lotou o Pavilhão Atlântico, na noite de ontem, os Eagles estiveram impecáveis.
Alguns dirão (e já li por aí) que se trata de nostalgia e que a faixa etária andava na casa dos "enta" por lá.
Andava, sim. E sorte a nossa termos vivido e crescido ao som de bandas como essa.
Mas havia gente de todas as idades, não se enganem.
E na saída havia um ar de completo deleite.
Eles são bons.
São mesmo bons!
Do alto dos seus sessenta e tais, conseguem manter a fleuma e emocionar as pessoas, como fizeram desde sempre.
E as músicas do novo álbum não ficam a dever nada às mais conhecidas e antigas, que fizeram o sucesso estrondoso do grupo lá pelos anos setenta.
Sem querer ser fatalista, vou me dando conta de que as grandes bandas estão se acabando, o que nos deixa tristes, mas é verdade, e que assistir a um espetáculo deste nível, sem dúvida, é um feito e tanto.
Noite memorável.
Emocionante.
Quem não foi, perdeu um grande espetáculo.
Imagem bonita a deles deixando o palco, agradecendo vezes e vezes, olhando a platéia com olhar incrédulo e realizado, ao ver toda aquela gente a pedir que voltassem só mais uma vez.
Nem todos os músicos, artistas, conseguem chegar a esta altura, com a dignidade e a magia que se pode perceber no concerto de ontem.
Muitos ficam pelo caminho.
Eternos Eagles!
Vida longa!






terça-feira, julho 21, 2009

Gripe A



Azar, não quero nem saber.
Pelo sim, pelo não, ando a lavar as mãos a cada meia hora.
De tanto lavar, já estou começando a me habituar.
E a usar os lencinhos com álcool também.
E ando a limpar a mesa de trabalho a cada pouco, passando pano com álcool no telefone, nos teclados, na mesa de novo.
Quando chego em casa, da rua, toca a lavar as mãos e a passar lencinho com álcool de mais uma vez. Antes de deitar, outra.

Será que tô ficando neurótica?
Que loucura!

Ainda não cheguei na máscara. Mas porque a ministra disse que é só prá quem está infectado.

As coisas que a gente faz...
Enfim...
A Vanessa Minozzo, amiga das milhas filhas, mandou-me este lembrete.
Valeu, guria!
Passo a todos, pelo menos a gente vai monitorando a situação.
SAÚDE a todos!

Parabéns, Rafa!


O meu sobrinho, filho da mana Betina e do titio Augusto, faz hoje dezenove anitos.

Um grande abraço, Rafa!

E um montão de desejos mais do que bons.
A vida cheia de momentos maravilhosos, prá viver e lembrar.

Feliz Aniversário!

Fim de semana em Golegã

Golegã, conhecida como a Capital do Cavalo, é uma vila portuguesa que pertence ao distrito de Santarém e tem cerca de seis mil habitantes. Fica a aproximadamente uma hora e quarenta minutos de Lisboa, na região do Ribatejo.

É lá que acontece anualmente a Feira Nacional do Cavalo.
.................................................................
.................................................................
O ANIVERSÁRIO


A nossa amiga Ana Pressler fez aniversário no dia dezoito e a proposta da festa era a de fazer um encontro de amigos autocaravanistas por adesão, a convite dela, para comemorarmos juntos a data. Golegã foi escolhida por consenso do grupo e prá lá nos dirigimos ainda na sexta à tarde, depois do trabalho.
Foi um final de semana muito agradável, no Camping Municipal de Golegã, com direito a animação e tudo, no sábado à noite.

Não faltou nem o filé uruguaio.
E o bolo da aniversariante, prenda dos amigos, era super original.



O Camping é pequeno, mas super organizado, com um bela estrutura e tem bons preços.


Ao todo éramos vinte e três pessoas, mais o Gastão, o Zak, a Puppy, a Fiona (cãezinhos e cachorrinhas), duas gatinhas da Ana e outra da Conceição. Só lembro o nome de uma, a Maria. Vou ter que me informar sobre as outras.

O espetáculo dos Irmãos Lagoa, um duo humorístico, foi animado e rendeu muita risada.
São mesmo divertidos os rapazes.
Também houve o momento de Fado a sério e a participação de alguns amigos e da aniversariante.





A cidade é pequenina, mas muito original.

No centro há a Igreja Matriz, de arquitetura manuelina, construída no século XVI, e um largo com muita sombra, onde a gente pode sentar na esplanada do Café Central e ficar observando o movimento.
Em todas as casas comerciais e estabelecimentos o símbolo é o cavalo. Vê-se nas placas indicativas e nas fachadas, paradas de ônibus, em todo o lugar. É a principal atividade econômica do município e isso fica mais do que claro aos olhos dos visitantes.


No domingo visitamos o Pátio dos Campinos, Singéis e Felícios, da Lusitanus, um clube privado que acolhe os cavalos de propriedade dos sócios, para ensino, promoção e venda nos mercados nacionais e estrangeiros. Há ali belos cavalos.



Passamos bons momentos na Golegã.
Não fosse pelo calor sufocante, teria sido perfeito.
Por sorte, a noite era de tempo fresco, o que nos valeu. Com um casaquinho estava resolvido o problema.