domingo, julho 12, 2009

Ando nos braços do mundo...

Mas sempre volto prá ti.

Tão bonito isso do Kleiton e do Kledir.
Tenho uma admiração especial pelos artistas, cantores, compositores, seja o que forem que, mesmo tendo feito fama e sucesso, mesmo longe de suas origens, mesmo virando o mundo de patas pro ar, conseguem traduzir em palavras, gestos ou imagens o amor pela sua terra, pelo lugar onde nasceram e por ele têm um carinho todo especial.
Uma referência.
Neste caso, é Pelotas.
A terra que também é minha.
Sei que não volto a viver lá, a vida me levou por outros caminhos.
Também não sou artista, mas continua sendo o meu lugar, a terra que me viu nascer, onde escrevi as primeiras palavras, onde estudei, onde cantei muitas vezes, onde fui baliza da banda do meu colégio. É também onde tenho queridos e maravilhosos amigos, onde vivi os meus primeiros grandes amores, onde nasceram os meus primeiros filhos, o Rodrigo e o Gabriel, e onde sempre volto, nem que seja só prá dar uma olhadinha e secar aquela lágrima teimosa, que brota e brota e sempre há de brotar.
Pelotas, Pelotas, vale a pena, Pelotas, Pelotas!
Era uma propaganda e lembro dela, toda a vez que vejo a cidade surgir no horizonte, a cada chegada.
De passagem prá ver a mãe e os irmãos, que vivem na praia do Cassino e em rio Grande, muitas vezes entro por entrar, não visito ninguém, nem tenho um destino específico. Entro, ando pelas ruas, lembro, tenho saudade.

Passo pelo Dom João Braga, pelo Nossa Senhora de Lourdes, pelo Caixeral, pelo Brilhante, pela Catedral, pela Praça Coronel Pedro Osório, rua Quinze, Guarani, Café Aquário, pela Católica e vou-me embora prá Rio Grande mais feliz. Muitas vezes dou uma esticada até o Laranjal, porque daí sim a espiada fica completa.
Tenho saudade da Avenida Bento à noite, das conversas intermináveis, tomando um Apollo 11 em frente ao Beko, das músicas dos Almôndegas, da nossa bandinha de gurias, da General Neto, da rua Tiradentes, da Leiga, de tudo.

De tudo.
Pedaços de vida que marcaram fundo e ficaram guardados por lá.

Dentro de uma caixa em forma de coração, que volta e meia tenho vontade de abrir, sentar no tapete e examinar cada peça, como se fizessem parte de uma grande puzzle colorido.
Pelotas.
Saudade de ti.


Deve ser também por isso que não consigo ouvir uma só vez aquela canção do professor Fogaça e do Kledir, sem choramingar...

Hei de voltar pro sul,
Eu não sei bem porque
A saudade sem jeito
Dá um nó no peito
e me faz querer
Rever a noite azul
do Rio Grande do Sul
Prá depois morrer...
...................................................................
Não tem, não tem noites mais azuis...
Do que as noites do Rio Grande do Sul.


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