quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Quinta-feira

Chegamos ontem à tarde à praia do Cassino. O tempo não chegou a abrir propriamente, mas estava agradável. Ainda fomos levar o Francisco e a Luísa prá ver o mar, mas havia muito vento e a areia voava, tocada pelo Nordestão.
Foi voltar prá casa e a chuva começou a cair aos baldes.
Choveu a noite toda uma chuva barulhenta e incessante.
Bem havia dito o doutor Renato Medeiros, quando paramos prá conversar ali na casa deles, a caminho do supermercado. Era preparar-se para hibernar. Também ele a Zoraide ficam até domingo por aqui.

Daqui a pouco vou a Pelotas levar a mãe ao oftalmo. Vamos ver se conseguimos desencantar a cirurgia da catarata. Há quase dois anos espera ser chamada na fila do SUS, como não resulta, vamos tentar o IPE. Paga-se as lentes, paciência. O que não dá mais é prá ficar à espera do improvável. Assim também é com o aparelho auditivo.
É quase como acreditar em Papai Noel, pelo menos aqui na região.

A chuva deve continuar, pelo menos até amanhã. Digo eu.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Tsc...tsc...

Continuamos uns pés-frios para praia ou é mera impressão?
Amanhã zarpamos cedinho.
E o tempo enferruscado...

Cena de ontem: Os pedreiros da obra ao lado a ouvir Janis Joplin a todo o pau até às tantas da noite.
Não tem preço.

Em Santa Maria da Boca do Monte já se ensaia um sol. Choveu a cântaros, mas o bafão continua.

Chuva

Chegava de repente e era capaz de lavar-nos inteiros.
Cabelo escorrido na chuva do verão que não era tão quente como os de agora.
A ponta da trança molhada na boca tinha um gosto bom.
Olhos brilhantes e limpos, tão limpinhos, que quase dava prá se ver a alma a mostrar-se em total inocência.
Um banho de chuva cheio de chuva boa num verão quente.
E a nossa inocência, que nem precisava de lustros , tinha cada gota a ampliar o que tínhamos de mais bonito, como quem mostra a vida através de uma lupa sem marcas de dedos.
Os pés pequeninos e descalços nas pedras da rua, as mãos a dobrar a folha de jornal em habilidosa construção, o olho no barquinho a singrar ligeiro o rio da sarjeta e a infinita magia expressa na liberdade de termos a chuva ocupada em dar-nos alegria sem reservas.
Ia embora como vinha e era sempre especial.
Marcava a infância e seguia como memória.

Choveu hoje uma chuva destas.
E desde a tardinha, ando à procura da minha inocência.

Dibujos

O quarto em que durmo tem paredes de um verde claro, onde a minha mente leva as horas a desenhar os sonhos mais inusitados.
Há estradas tão compridas.
Caminhos e sóis de cores vivas e pulsantes.
Mares azuis e céus cheios de estrelas.

Uma lua cheia e redonda brilha misteriosa no alto da parede, resgatada da memória.
No canto esquerdo, o desenho de algumas saudades.

Dessas não sei a cor.
Lembram um arco-iris distante.

Ar

Quando pequenos respiramos aos saltos, temos os sentimentos a brotar-nos epiderme afora , a jorrar-nos pelos olhos, boca, nariz e gestos.
Depois a vida vai nos pondo freios.
E chega a altura em que respirar é quase uma obrigação que se esforça por parecer imperceptível.
Por isso mesmo queremos sempre e tanto ser pequenos.
Acho que sim.

Noite

Não tenho sono e nem vontade de dormir.
Cresci vendo minha mãe a dormir sob protesto. Acabei por herdar-lhe a rebeldia.
Hoje, aos oitenta anos, ela deita assim que o sol se põe e fica a ouvir as rádios do mundo. Viaja todas as milhas de que é capaz, antes de adormecer. E tem sempre uma notícia nova quando acorda e já é de novo de manhã.
Meu relógio de pulso ainda marca a hora de verão no Brasil. O celular e o portátil mostram a hora de Lisboa e aqui em Santa Maria da Boca do Monte, agora são 01:17.
Andei a navegar por tudo quanto é sítio, internet afora, internet adentro.
Aprende-se.
E se desaprende.
A emoção anda habitando cada canto, cada palavra, cada letra. Fácil dar-se a conhecer.
E nem assim.
Têm-se o fato em tempo real, a palavra, a imagem e até o sentimento. Mas ninguém é capaz de perceber a alma.
Por que?

Devia dormir.
Mas o ficar acordado é bem mais fascinante.
Já não há mais sonhos como quando se era criança.
Agora é o salto...
Não há ventos que te empurrem,
não há mãos que te segurem.
Agora há o infinito...
O pouco que se sabe
O tudo
O nada
O tempo e o espaço na tua mão.
A coragem de mergulhar e de,
depois,
alçar o vôo,
abrir bem os braços e a alma
e abraçar a vida,
tão simples como ela é.

Dez 2006 Santa Maria da Boca do Monte, RS - Meu BRASIL

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Malas prontas


B R A S I L

Valentine´s Day.


A todos os enamorados, seja por quem ou pelo que for, um belo dia.
Mais de reflexão do que de lembranças, prendas, presentes.
Cada vez é mais importante cuidarmos das nossas relações.
É sim.

sábado, fevereiro 12, 2011

Há uma vaca qualquer aqui...há sim.


Já conto...
Noutro dia, na Nauticampo, ali na FIL, entre um pavilhão e outro, em um stand de Óbidos, vendiam chocolate quente. Uma delícia!
Esta caneca bem linda que está aí vinha de brinde, trouxe prá casa de lembrança.
Lavando a caneca, ouvi uma espécie de chocalho lá dentro e ainda comentei com o Arsénio. Um barulho como daqueles que se ouve dos chocalhos que os animais usam no campo. Achei o máximo.
Ontem à tardinha tomei chá na tal caneca, ela é super prática de segurar e não vai até ao fundo, parece haver uma parte oca, que é onde deve estar o tal chocalho. Lavei e deixei no secador. Mais tarde o Arsénio foi tomar o remédio na cozinha. Chamou de lá:
Dooooooooooooooooooooooce, chega aqui.
Escutas um barulho de vaca mugindo?
Eu...nada.
Mexeu na caneca, falou prá eu esperar um pouquinho...nada.
Mais uma vez, sacudiu a caneca, voltou a pousar e naaaaaaaaaaaaaaaaada.
Voltei prá sala dando risada e gozando com ele - Andas mas é maluco.
Hoje de manhã aproveito que a caneca está ali e resolvo usá-la para o café.
Mal seguro na alça, múúúúúúúúúú.
Coloco de volta no secador, múúúúúúú, múúúúúúúú, múúúúúúúú.
Três vezes?
Encho com café e vou prá mesa.
A cada levantada para beber, múúúúúúúú.
Múúúúúúúúú, múúúúúúúúú.
O raio da caneca não se cala.
Vou até o quarto e tento mostrar ao Arsénio. A caneca nada.
Chacoalho e nada.
Desisto.
Volto para a mesa e múúúúúú.
Há uma vaca temperamental dentro da caneca e deve estar de bronca com o gajo. Se calhar, ainda sofre de TPM.
Tô pensando em levar a caneca comigo para o Brasil. A gurizadinha vai adorar. Só vou ter que tratar de despachar a dita na mala que vai no porão. Do contrário é capaz de passar o vôo todo até Salvador a mugir. Eu, hein...

Margarida Martins na Cabana dos Parodiantes



















sábado, fevereiro 05, 2011

LIEDSON despede-se do Sporting sob clima de grande emoção




Chorou Liedson e chorou a torcida inteira no Alvalade, na noite de ontem. A despedida do artista dos gols deixa os sportinguistas órfãos e carentes de jogadas bonitas, de brilhantes finalizações.
Futebol arte com emoção, algo que é difícil ver hoje em dia, quando tudo é negócio, tudo é lucro, tudo é frio e despido de sentido verdadeiro.
Teve razão em chorar, o Levezinho, ao ver o estádio inteiro sentindo desde já a sua grande falta no futebol português (a seleção portuguesa também fica sem ele) e demonstrando isso, com a alma posta na despedida. Durante sete anos e meio defendeu as cores do seu clube, aqui em Portugal, colocando o coração na ponta dos pés.


De microfone nas mãos, e enquanto ouvia o aplauso de vinte mil adeptos que se puseram de pé para lhe prestar a homenagem, Liedson agradeceu. «Muito obrigado», disse com a voz trémula. «Chorei poucas vezes na vida. Mas isto não é um adeus, é um ate já. Não me vou esquecer de nenhum de vós.»


Graças a Deus, salva-se a essência do futebol.
Grande momento, saudável resgate!
Parabéns, LIEDSON! Foste gigante também na despedida! Sinto muito orgulho por seres brasileiro como eu, ou por eu ser brasileira, como tu.
Parabéns aos adeptos do Sporting. Parabéns a Portugal!
Ganhamos todos nós.

O teu povo daqui vai sentir muita saudade.

2011 é o ANO EUROPEU DO VOLUNTARIADO

E quem estiver interessado em aderir, pode pesquisar nos seguintes sites:

http://www.voluntariado.pt/tpl_intro_destaque.asp?1326


http://juventude.gov.pt/Eventos/VoluntariadoJovem/Paginas/AnoEuropeudoVoluntariado.aspx


http://europa.eu/volunteering/pt-pt/home2

EUROMILHÕES - MAIS CHANCES OU SINAL DA CRISE?

A partir de Maio, o Euromilhões vai ter dois sorteios semanais.

Quando eu era adolescente, na escola, lembro de um professor de história nos explicar que, em tempos de crise, as pessoas tendem a apostar mais e com maior frequência. Um exemplo que dava era o da depressão econômica em 1929, quando o governo inglês chegou a criar loterias, para aproveitar o desejo de "investir" de quem não tinha dinheiro para comprar ações.

Será que é esta a aposta?

País - Rádios desafiam o país a sorrir - RTP Noticias, Vídeo

País - Rádios desafiam o país a sorrir - RTP Noticias, Vídeo

O que faz falta é animar a malta.


Segundo pesquisa do Laboratório de Expressão Facial da Emoção, da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, após a análise de quase 34 mil fotografias publicadas durante o ano passado na imprensa diária, os portugueses estão a sorrir menos e a exibir mais a face neutra.

O estudo faz parte do projecto inédito a nível mundial "Uma década de sorriso em Portugal", iniciado em 2003 e que já examinou mais de 310 mil imagens, concluindo que os sorrisos diminuem a cada ano, o que contraria a conclusão de Natalia López Moratalla, professora catedrática de Bioquímica da Universidade de Navarra, Espanha, que foi a coordenadora de um outro estudo que revela que o riso provoca reacções orgânicas que contribuem para a melhoria do estado de Saúde.

A responsável explica que bastam 15 minutos de riso por dia para se ganhar quatro anos e meio de vida.
Rir diminui o stress e diminui em 40 por cento a possibilidade de sofrer um enfarte e os que se riem daquilo que os impede de serem felizes podem mais facilmente superar essas dificuldades, são algumas das convicções defendidas por Natalia Moratalla.

Nesta sexta-feira, as rádios de todo o país propuseram aos portugueses um sorriso para transformar em milhões. A TSF apelou a todos os ouvintes que às 8:00, 9:00 e 18:00 sorrissem ou dirigissem o seu sorriso para o vizinho ou para todos aqueles ao redor, quer estivessem no carro, na rua, em casa, ou no seu local de trabalho.

Achei a iniciativa muito legal! Com certeza vai acabar por fazer uma enorme diferença, por menor que seja o resultado. É preciso começar.

CAMINHOS DE SANTIAGO DO BRASIL


Bela surpresa encontrada quando literalmente fuçava o youtube, agora à noite.
É o que dá a falta de sono.
Mas é legal. Adorei fazer esta locução.
Produção e roteiro da Raquelita, filmagens do Arami Fumaco e ilustrações da Renatinha Medeiros. Amadora-mor, eu.
Depois, por conta disso, acabei por fazer o Caminho de Santiago do Brasil, numa das minhas idas a Santiago. Foi muito bacana. Amei a experiência e digo que faria de novo.