sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Sufoco...

Há coisas que se leva de forma mais suave e outras não.
Tenho andado atrapalhada emocionalmente. Tenho uma certa dificuldade em administrar a coisa da distância, quando os filhos precisam mais da nossa presença do que de costume. Passamos uma semana complicada, de muitas ligações telefônicas, via internet e tudo o mais. Nesses momentos a gente fica se perguntando até que ponto podemos sair de perto, à medida em que vão se tornando adultos. Sei que é hora de cada um ter a sua vida, seguir o seu rumo, fazer as suas escolhas. Temos que dar-lhes o espaço. Mas para nós, pais e, sobretudo para nós, mães, eles sempre serão pequenos no lado emocional (para nós, porque eles, com certeza, não o são).
Desde segunda-feira ando bastante preocupada, a Carolina andou em idas e vindas ao hospital, por conta de uma crise de cálculo renal bem complicada.
A sensação de estar longe é terrível, o fato de não poder estar ao lado, segurar a mão na hora da dor, essas coisas que as mães querem fazer pelos seus filhos. Não queremos que sofram, não queremos deixar que nada lhes doa, enfim, só os queremos sorrindo e felizes. Saber-lhes adoentados, preocupados, aflitos e sofrendo dores é uma dor ainda maior. Sentimo-nos completamente impotentes.

Felizmente o Dr. Renato Medeiros, além de ser um ótimo médico, é um ser humano especial, uma pessoa com sensibilidade prá saber o que se passa na cabeça da gente e de nos tranqüilizar, nos colocar no colo, enquanto toma as providências necessárias. Já não foi a primeira vez. Desde pequenos os meus filhos se acostumaram a serem cuidados por ele e, por isso, têm muita confiança no que ele diz e faz. Tratava-os diretamente, quando a gente não podia ficar em casa, por causa do trabalho, ele medicava e, de tempos em tempos, ligava prá nossa casa e falava com os pequenos pacientes, perguntando-lhes como se sentiam, dando-lhes as orientações que eles seguiam à risca. Com certeza, não é à toa ser recolhecido sempre pelo seu belo trabalho, em prêmios e prêmios que recebe por ser o médico dedicado que é.
E felizmente ele está cuidando da Carol, com todo o carinho.
Isso me deixa mais descansada. Falo com ele, falo com ela, vamos travando uma comunicação possível, com esse oceano imenso ao meio, como se ele não existisse.
E tudo vai voltando ao seu eixo, se Deus quiser (e rezo todos os dias e noites pelos filhos, netinhos, pela família, pelos amigos) logo ela vai estar bem e recuperada.
Filha, não importa o quão distante esteja, quero que saibas que estou contigo sempre, de dia e de noite, o tempo todo, com todo o amor que pode haver no meu coração.
E que estamos de mãos dadas.
E sempre vamos estar.

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