domingo, fevereiro 24, 2008

O segundo dia...



Acordei cedo, como de costume.
Tomei o meu Synthroid às sete e tentei começar a fazer um café. O fogão aqui é elétrico. E não dei conta de ligá-lo. Mas a água que sai da torneira é de queimar, então fiz o café com ela. Na hora de colocar o açúcar...cadê? Tinha esquecido de comprar ontem. Então foi café amargo...e eu que nem bebi...
Bem, a água da torneira queima os dedos, mas o café ficou frio. Não era fraco, nem fedorento (como no dito popular), só era amargo e tava naquele ponto de dar dor de barriga.
Ah...e o banho ontem, antes que eu esqueça, tinha água quente nos primeiros 5 minutos. Depois, foi um abraço e uma correria prá terminar logo. Água fria em cima do corpo, com esse tempinho que faz aqui, não tem nenhuma graça.
Pois então, bebi uns goles do café e deitei o resto fora, na pia da cozinha(tenho que me cuidar com a língua, aqui, pia é o vaso do banheiro, a sanita, como eles dizem). Não agüentei, era muito ruim mesmo. Optei por cereais com iogurte. Esses nunca falham, são uma ótima opção.

Chovia como o caraças. Outro termo muito usado aqui. Aliás, coitado do tal caraças...deve ter as orelhas quentes, já que tudo é do caraças, seja o que for, passam usando o seu santo nome em vão.
Mas chovia mesmo. Água caindo sem dó nem piedade com os viajantes que vieram passear em Monte Gordo e arredores, por todo o Algarve e boa parte de Portugal e Espanha. Do resto não sei.

Por volta das nove e tal saímos de casa, com a idéia de apanhar o barco e atravessar para Ayamonte, do outro lado do Guadiana, na Espanha.
Deixamos o carro perto do local de onde sai o ferry e o Arsénio foi à frente, comprar os bilhetes.

O barco saía às 10hs, mas a todas essas já faltavam só 10 minutos, então nos dirigimos ao cais. O Arsénio na frente, sempre muito apressado.Eu sempre tentando novos ângulos para alguma fotografia. Enquanto pegava a câmera na mochila e me preparava para fotografar, o gajo, já lá dentro do barco, gritou prá que eu me apurasse. Ele e o condutor me olhavam lá de baixo como se só estivessem à minha espera para iniciar a travessia. Saí correndo cais abaixo, no meio da chuva, máquina na mão. A foto? Já era.
E me desastrei, mas é claro que sim. Só senti os pés escorregando na madeira molhada e a criatura se esparramou no chão, para delírio geral do povo lá em baixo. Câmera para um lado, eu para o outro. Um senhor que vinha atrás de mim, muito preocupado, me perguntava:
- De certeza que não estás lastimada?
E eu nem nada... Óbvio que eu não ia dizer que me doía tudo, tinha me estatelado e o pé me ardia. Também o joelho. Só faltava o Arsénio estar à minha espera lá abaixo, com aquela cara de riso, quase estourando. Ainda bem que não, porque eu tava passada. Ia sobrar prá ele...rssssss
Limpei o traseiro e a barra da calça, recolhi a câmera e fiz aquela cara de desentendida.
Que nada...
Já no barco, ele até foi bem delicado, embora eu tenha certeza de que lá por dentro, ainda tinha o riso louco prá sair. Mas se fez, com certeza. Chegou a me fotografar fiscalizando o pé, prá ver o estrago.

A minha indignação nem era tanto por isso, mas porque tinha certeza de que o barco só saía mesmo às 10hs, não percebia o porque de tanta pressa.
E foi. O barco demorou ainda 10 minutos para recolher a plataforma e partir. Daí, claro que dei umas bocas no compadre, né...Se não tivesse gritado, com certeza eu não teria descido correndo.
Mas depois passou. Ele só dava risada mesmo.

Ralei o pé, o joelho e ainda me dói a parte superior da perna, perto da nádega esquerda. A ver vamos...ainda descubro mais alguma coisa esfolada quando for tomar o banho, mais tarde.

Mas ainda não era tudo.
Quando fui testar a câmera, a minha Canonzinha querida que me custou o olhinho da cara, surpresa...no tombo devo ter acionado qualquer coisa que fez apagar todas as fotos que estavam ali. Nada...nadinha. Nenhuma prá remédio.
Fiquei sem as fotos do caminho, do hotel, do pub do seu Fernando e mais algumas. Vou ter que fazer tudo de novo.
E outra...o flash, que abre automático, parou de funcionar. Já não abria nem por decreto. Fiquei mesmo arrasada e já não queria conversa. Passada até dizer chega.
Nem me lembro da travessia. Em um quarto de hora estávamos do outro lado. Desci do barco toda cheia de cuidados, prá não repetir a peripécie.
Logo na entrada, um belo jardim à frente. Umas pombas comiam migalhas pelo chão. Não resisti. Bati fotos e fotos. E nada de flash.
Lá pela 15ª, o treco resolveu abrir funcionar, prá minha alegria.
E voltou ao normal.
Como eu. A partir daí, ficou restabelecido o meu humor e comecei a curtir o passeio.

Andamos algum tempo pela parte antiga de Ayamonte, mesmo junto ao rio.
A cidade está localizada junto à foz do Rio Guadiana, na provícia de Huelvas, comunidade autônoma da Andaluzia, sul da Espanha. Tem uma área de 142 km2 e população em torno de 18.000 habitantes.
É uma cidadezinha simpática, mas que só começa a funcionar depois das dez e meia da manhã. Talvez porque fosse domingo... Mas olhei o horário num cartaz, em várias lojas. Abrem às 10:30hs, fecham às 12:30hs. À tarde reabrem às 16:30hs (noooooosssssssa!) e fecham às 20:30hs, se não me engano.
Muitas pessoas em roupas domingueira se dirigiam à missa. Alguns turistas enchiam as mesas dos cafés e conversavam animadamente. Bandos de pombos comiam o que lhes era dado e levantavam vôo quando chegávamos perto. Entramos em um café, onde o empregado que atendia atirou-nos duas xícaras de café balcão afora e foi encher copos de imperiais, enquanto fumava um cigarro quase na bagana. Espetáculo de antendimento. Logo se vê que não gramam os portugueses. Pagamos 2 euros pelos cafés (em Portugal cada um custa 0,55 euros) e fomos andar.
Além do passeio, o nosso objetivo era comprar algumas coisas do lado espanhol, onde ainda são mais baratas do que em Portugal. Encontramos um supermercado aberto e depois de feitas as comprinhas básicas, voltamos para o cais do ferry, para fazermos a travessia de volta.
A chuva, entretanto, nunca deu trégua, numas vezes mais fraca, noutras mais forte, mas choveu o tempo todo.


Tentamos almoçar em Vila Real de Santo Antonio, mas não houve hipótese. Então acabamos indo até Manta Rota, uma praia nos arredores de Monte Gordo, onde encontramos um restaurantezinho muito jeitoso, aconchegante mesmo e comemos muito bem.
O nome é PROA e parece ser atendido pelos proprietários, que são muito simpáticos e atenciosos. Em meio ao almoço, entram três músicos e começam a tocar. Lascam um repertório instrumental, que vai de Frank Sinatra a qualquer outra coisa que eu não percebo e depois um deles sai pelas mesas, com um pandeirinho virado ao contrário, com a boca prá cima, e recebe as moedas que lhe são dadas pelos clientes do restaurante e pelos donos. Um momento interessante. Comi Bacalhau à Braz e o Arsénio um bife de atum. A sobremesa foi lemmon tarte e mousse de chocolate, com cheirinho (uma pinga de brandy).

Na volta, deixamos o carro no hotel e fomos andar pela praia.
Falei com a Carol pelo telefone, enquanto caminhávamos. Deu notícias, trocamos algumas idéias e beijos e depois nos despedimos, quando eu já andava à beira-mar. Nesta altura já não tínhamos chuva, apenas um ventinho de beira de praia. Acho que amanhã o tempo melhora.

O passeio foi bom e rendeu algumas fotos.
Na volta para o hotel ainda tentamos passar no Pub do seu Fernando, mas não estava lá ninguém. Acabamos vindo embora, porque já eram mais de seis da tarde e o Arsénio tava ansioso por causa do jogo do Sporting, às sete e um quarto. No caminho olhou todas as ementas possíveis, em cada porta de restaurante por que passou. É uma mania que tem...rsssssss. E que eu fotografo, sacaneando que vou fazer um painel em quadrinhos, aqui no blog, onde ele apareça em várias situações de porta de restaurante a ler ementas.

Um lanche durante o jogo, que vai de mal a pior para o Sporting. Teve um gol anulado no início e levou um, logo em seguida. Já vamos no segundo tempo e ainda perde por um a zero para o Vitória de Setúbal, pelo Campeonao da Liga Portuguesa. O Polga acaba de fazer uma falta feia e sai reclamando ao juíz. Realmente, jogar hoje, pro Sporting, é mentira. Tá duro de ver o jogo.

Gente, ficava escrevendo mais, mas me dói o corpo todo. Vou tomar um banho e dar jeito de descansar um pouco. Tô precisando.
Abraço prá toda a gente.
Amanhã vamos ver o que vai ser do tempo, prá decidirmos o que fazer. Devemos ir a El Rocío, na Espanha, que fica a uns 60 km daqui de Monte Gordo. Desta vez vamos por via rodoviária e espero que não haja tombos...hehehe...

Até amanhã.
Bons sonhos.

Em tempo... o jogo acabou e ficou por aquilo mesmo, uma bola a zero pro Vitória de Setúbal. Isso complica a situação do Sporting, mas...enfim...há dias sim e dias não.
Se Deus quiser, ganha o próximo.

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