Eu tinha tanto gosto pelos vestidinhos bem enfeitados e laçarotes. Adorava vestir as duas como duas bonecas de verdade. Coisas de mãe...Mas ela queria mesmo era andar com os calçõezinhos adidas surrados , herdados dos irmãos. E detestava saias. Jogava futebol com eles e com os amigos dos irmãos, até o ponto de começar a ser olhada com respeito, porque no meio deles era meio craque. Não havia nada que se referisse a condicionamento físico em que ela não se sobressaísse. Sempre foi esguia, magrinha, de biotipo atlético. Fez de tudo. Corridas de rua, futebol, natação, tênis. Em tudo era competente e se via que gostava.
Com os manos aprendeu as danças da vida e mais tarde fez par com o Gabriel na tarefa de limpar o salão no fim das festas. Nunca vi gostar tanto de serem os últimos a sair. Bem, já contei aqui que o Gabriel fez isso até no dia do seu casamento.
Um dia a vó Ilda quis ir visitar a tia Eda no Rio de Janeiro. E lá se foi a Carol com a vó, muito responsável, sem nunca ter posto os pés fora do estado do RS. E eu recomendando que não descessem do avião, nem por decreto, na despedida, no aeroporto em Porto Alegre. Pois o avião tinha conexão em São Paulo e eu quase dei em maluca, depois que já tinham decolado, apavorada que não quisessem abandonar o avião, mesmo que orientadas.
A praia do Cassino era uma festa. O mar outra maior. E as fantasias de Pedrita que a vó Helena fazia com papel crepom amarelo, cheias de bolas marrons, outra ainda muito maior, junto com o primo Thiago. Os guris eram os Bambans. Tinham direito até a ossinho de perna de galinha de verdade no cabelo, que eu e a tia e madrinha Betina providenciávamos. Ô tempo bom!
Um belo dia todos cresceram. E eu me vi cheia de adolescentes em casa.
Foi quando ela desembestou que tinha um cabelo feio. Não era verdade. Nunca foi. Por isso mesmo, teve todos os cabelos que quis, de todas as cores e tamanhos e era bonita de qualquer jeito.
Por esta altura fomos morar em Florianópolis, onde a gurizada acabou tendo que crescer um pouco mais depressa do que o habitual.
A Carol passou a ser a minha conselheira, ajudante, secretária, amiga, confidente, prá além de continuar sendo a filha amorosa e prestativa que sempre fora.
Tivemos ali tempos felizes e momentos bastante difíceis, onde a superação teve forte base no amor e na união que sempre tivemos. Ali, muito mais do que mãe e filhos, um profundo laço se fez presente, em constantes trocas de papéis, quando isso foi preciso para seguir em frente.
A Carol, nestes tempos, muitas vezes foi muito mais minha mãe do que eu dela. Foi corajosa, solidária. E acho que com isso cresceu, se fez uma mulher forte, ainda mais consciente de suas vontades e sonhos. E partilhamos momentos muito importantes da nossa vida.
Todos nós. Uns cuidando amorosamente dos outros.
Depois vieram o colégio Riachuelo, os namoradinhos, as festas, preocupações com as saídas à noite, já em Santa Maria. Sorte eles terem as mesmas turmas e idades parecidas. Mesmo assim, lembro de ter acordado muitas madrugadas em vigílias de espera ou em via sacra de levar amigas em casa, depois da festa acabada.
Outras vezes os amigos iam lá em casa e eu gostava de ficar com eles a conversar e ouvir música, trocar idéias. Os amigos de meus filhos sempre foram meus amigos e isso foi muito bom. Aprendi muito com eles, ao mesmo tempo em que acompanhava a sua trajetória.
Também acabávamos por nos apegar aos namorados., cada um à sua vez. Quando acabavam o namoro era triste, dava vontade de chorar junto. Mas sempre ficávamos amigos. E logo vinha outro, a quem a gente se afeiçoava de novo e novamente via partir. Mas a vida é assim e tudo faz parte de um crescimento contínuo. Ganhamos bons amigos e até hoje gostamos de saber onde andam, o que fazem, como estão e, principalmente, se são felizes. Acabam por ser como filhos. Foi assim o João Guilherme, o Pastel, o Rafael, todos tão queridos e por quem tenho muito carinho e amizade.
Um dia parece que se acha a alma gêmea, né filha...E a gente sempre na expectativa de que seja.
Na profissão, como a gente desconfiava, a Carol escolheu fazer Educação Física. Terminou o curso, voltou a Floripa, dessa vez prá trabalhar e encarar a vida sozinha, mas acabou por descobrir que tudo o que queria era ficar mais perto da família e dos amigos. Estranhou, ficou triste e voltou prá Santiago. Com mais experiência na bagagem, claro. E cheia de vontade de começar tudo de novo. Encontrou o Lucas, foi paixão fulminante. E a gente torce prá que eles tenham amor suficiente prá construir uma vida juntos. É mais um filho e um grande amigo.
Voltou às origens, se juntou de novo à irmã Raquel, à vó Ilda, ao pai e à sua nova família. Está feliz da vida e agora tem mais um motivo prá comemorar. Passou a vida toda me dizendo que queria trabalhar num banco e que queria fazer o que eu fazia, que achava bonito e que gostava. Queria trabalhar na Caixa.
Então estudou, acreditou, passou no concurso e ficou esperando. Eu daqui, rezando todos os dias.
Deus nos ouviu e ela conseguiu. Mas com todos os méritos. Porque soube construir.
Hoje somos colegas, eu (de certa forma, uma vez Caixa, sempre Caixa), ela e o Rodrigo.
E é tão bom ver a felicidade dela na foto em Porto Alegre, quando foi assumir. Confesso que vendo essa alegria, consigo ficar tranqüila. Ela está onde sempre quis estar. E isso, na vida de qualquer pessoa, é tudo o que se pode querer.
Fora toda essa alegria, é titia babona da Luisinha e do Francisco, filhos do Rodrigo, os queridinhos da família. E de quebra, ganhou mais dois irmãozinhos, além da Stefânia, que já era o xodó, a Gabriela e o Marcelo.
Filha, espero do fundo do meu coração que estejas mesmo muito feliz. E que a festa do teu aniversário e da comemoração do novo emprego, esse que tanto querias, seja mesmo um marco de uma vida positiva, ponto de partida para outros tantos sonhos e realizações. Tu mereces, foi tudo muito batalhado.
Eu, daqui, mesmo que pareça longe, estou ao teu lado, segurando a tua mão quando for preciso, te aplaudindo pelas tuas conquistas, conversando sempre que quiseres e sendo extremamente feliz com a tua felicidade. Estamos juntas, sempre estaremos.
Que continues sendo essa filha maravilhosa com os teus pais, amorosa e solidária com todos os que te rodeiam. Essa amiga verdadeira e fiel que sempre foste, neta dedicada, irmã carinhosa e companheira dos teus irmãos. Tudo de bom que te acontece é o reconhecimento de tudo aquilo que representas prá todos nós.
És uma vencedora!
Minha filha querida, minha linda, minha boneca moreninha do narizinho arrebitado, toda a sorte do mundo, que os teus sonhos sejam todos alcançados, que tenhas saúde, alegria, paz e muito, muito AMOR no coração, sempre.
Te amamos muito.
Feliz aniversário!
Que os teus 27 anos sejam realmente um marco importante.
E que tenhas uma vida plena de Verdade.
Da tua Manhê (totalmente emocionada)
4 comentários:
Noooooooooooossa! rs
Eu nem sabia que era isso tudo!! hehe
Mas é sempre muito bom ouvir coisas assim de pessoas pelas quais agente sente tanto amor e admiração!
Não tenho palavras.
Posso apenas agradecer por esta homenagem e também por ser minha mãe.
Com certeza muito do que sou é devido a tua presença na minha vida.
Este ano, especialmente, coisas ótimas aconteceram na minha vida. Mas o que realmente importa é que todos (família) estão bem. E têm a felicidade que merecem!
Continuo de mãos dadas com todos também... estando cada um onde estiver!
Beijos Mommy
mas dá um liiivro só de homenagem!
hehe... :)
adoro essas fotos de família! :)
Concordo com quase tudo, menos com a parte que ela era guardiã da geladeira por amor e cuidado. Ela gostava era da encrenca mesmo.Até hoje gosta. Mas amamos ela deste jeito.
Bahhh... mas que calúnia!! haha
Mommy faltou vocês na festinha... e o Gabrielvis e a Renatinha!
Ninguém quis fazer discurso e o pai falou sobre o teu blog prah galera que estivesse interessada em saber sobre mim... hahahahahaha
Beijos
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