domingo, julho 20, 2008

Delta Tejo




Foi uma bela noite, super agradável. E gostei de todos os concertos.
A lua estava cheia e linda.

Mart´nália foi uma grata surpresa. E aí tenho que fazer um mea culpa por ainda não conhecer esta talentosa filha de Martinho da Vila. Ainda bem que nunca é tarde.
Pois a moça é a fina flor do samba brasileiro, na sua expressão mais legítima, num jeito brejeiro e cativante. Uma simpatia. Ninguém conseguiu ficar quieto. Só o Arsénio, que assistiu a tudo apenas fazendo compasso com o pé, (ora o esquerdo, ora o direito, a medida em que ia cansando um ou o outro) É o jeito dele se expressar.
Cantora, compositora e percussionista, deu show. Tem um swing e um ritmo incomparáveis e muita personalidade, além do estilo. E faz tudo com uma naturalidade, como se estivesse no quintal de casa. Fiquei fã.
Valeu a noite.
Depois veio Ana Carolina que também fez bonito, mostrando ao público que lotava o espaço no Alto da Ajuda, lá em Monsanto, que é mesmo um grande expoente da música brasileira. Compõe, toca e canta vários instrumentos. Tem voz forte e presença marcante. O momento alto foi o desafio de batucada, quando mostrou que sabe como ninguém fazer soar um pandeiro no seu melhor.

A terceira apresentação foi da cantora Mariza, única representante portuguesa da noite, muito bem acompanhada por músicos de primeira . Chamou-me a atenção a atuação de Angelo Freire, na guitarra portuguesa. O menino é mesmo muito bom.
Quanto à Mariza, como sempre, foi impecável. Surpresa mesmo prá mim foi vê-la interagir muito bem com o seu público. Sempre a achei excelente, mas confesso que tinha essa impressão de muita técnica e pouca empatia. Não foi isso que vi.
Tivemos uma Mariza vibrante, esbanjando alegria, super à vontade e muito dançante. Gostei muito.




A gaúcha e brasileira Adriana Calcanhoto fechou a noite com chave de ouro, em seu longo vestido vermelho, que lhe dava uns ares de mulher romana, mostrando toda a suavidade da sua voz e a qualidade das suas belas composições. Mesmo com qualquer coisa que não esteve funcionando muito bem no retorno de palco, conseguiu superar muito bem o problema técnico não solucionado pela equipe de som. Foi o momento mais romântico e mais intimista da noite, quando o público (acredito que em grande parte brasileiro) cantou, abraçou e beijou muito ao som das músicas mais antigas e mais conhecidas por aqui.

Belos concertos, belas mulheres, vozes maravilhosas, grandes presenças. E um bom público.

Sem dúvida, uma grande noite.

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