sábado, janeiro 05, 2008

Vida pós-festas e o filme da Soraia Chaves...


Passaram-se as festas...(amanhã, por acaso, ainda é dia de Reis), todas as gentes voltaram aos seus postos e a vida parece seguir o seu ritmo normal. Fosse verão, como no Brasil, talvez estivesse diferente. Mas sendo inverno, quase ninguém anda em férias. Os poucos que andam (ou serão muitos, não sei...) escolhem a Serra da Estrela e outros lugares onde haja neve, prá curtir os esportes de inverno.

Por aqui começou o período de SALDOS. Por conta disso, está quase inviável transitar tranqüilamente pelas ruas da Baixa e dentro dos Centros Comerciais. O aglomero é grande. Até porque vale mesmo a pena comprar coisas agora. Sobretudo roupas e calçados de inverno. Chegam a estar 70% mais baratos do que em tempos normais. E o povo se esbalda.

Ontem fui ver Call Girl, do António-Pedro Vasconcelos, na sala 8 do Lusomundo do Vasco da Gama.
Pouca gente. Normal prá um dia de semana.
Do jeito que eu gosto.
Sentei-me numa cadeira bem ao meio, estrategicamente colocada prá ter uma visão periférica. Gostei das salas de cinema daqui. Amplas, cadeiras confortáveis, sem cheiro de mofo. Dá prá sentir-se bem.

O filme, uma co-produção luso-brasileira, é bom, sem ser excepcional. Com uma boa fotografia, reúne políticos, polícia, empresários do ramo turístico, todos envolvidos na teia de uma mulher fatal e enfoca, além das circunstâncias da prostituição de luxo, a corrupção em todos os meios em que se desenrola. Mas nada por aí além. O tema é velho e bastante explorado. Até aí...nada de novo.
Soraia Chaves, na pele da prostituta Maria, é bonita e está muito bem no filme. Plasticamente falando e também como atriz. Pelo menos foi o que eu achei. E as cenas são leves, para um filme que enfoca a vida de uma prostituta de luxo. A linguagem é a que acredito seja usada nos meios por onde o enredo transita. Um pouco forçada, talvez, mas não chega a comprometer. Até porque "cabrão" e "f...-se" parecem ser expressões bastante usadas no dia a dia, por aqui. Digo eu...
Carlos Meireles (Nicolau Breyner), presidente de uma autarquia alentejana, é o legítimo político de todos os tempos. Cheio de amores pela sua terra, pelos seus valores, cheio de discursos e retórica, mas que, hipocritamente, ou nem tanto, já que isso parece fazer parte da cultura local, como todos, sucumbe a uma boa lábia feminina, entre outras coisas. E isso parece ser absolutamente normal e natural, embora haja uma espécie de acordo tácito de que as coisas precisam ser vividas assim mesmo, de forma escondida e pecaminosa, com alguma maquiagem de romantismo que beira ao brega. Portanto, bem real.
No mais, achei bem feito. Não conheço muitos filmes portugueses, mas gostei do que vi.
Andava curiosa. Semana passada foi assunto em todas as revistas semanais.
Depois andei lendo as críticas. Há de tudo. Do melhor ao pior.
Mas prefiro ficar com as minhas simples impressões. Sem compromisso, nem cobranças, porque, afinal de contas, estou a léguas de ser crítica de cinema.
Vale-me isso.

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