terça-feira, junho 15, 2010

O homem é um ser em movimento

Portanto, tô na idéia.
Tenho feito alguns quilômetros na rota Santa Maria, Cassino, POA, Santiago, desde que cheguei de Lisboa. Mas, embora seja esquisito estar sempre em provisório, como tenho uma alma meio cigana, não desgosto. Além do que, é o jeito de ver a todos, de estar com cada um em especial.

Ontem o programa foi com a gurizadinha do Rodrigo. A Luísa já me esperava em Santa Maria com a mochila alinhavada e decretou que não ia à escolinha a semana toda. Vó tem isso: desencaminha os netos. Ela tem muita personalidade e decide o que quer fazer. Claro que nem sempre faz aquilo que escolhe, desde que o mundo é mundo, criança tem que obedecer aos pais.

Mas neste caso, em especial, os pais concordaram prontamente.
Afinal,ela e o mano Francisco (que agora ela chama de Chico), vinham se programando prá viajar de ônibus comigo até Santiago, já fazia uns dias.
Quando cheguei em Santa Maria no domingo à noite, já dormia, mas tinha feito plantão cerrado ao pai o dia todo, para ir me buscar na rodoviária junto com ele, à noite. Pobrezinha, não se aguentou, caiu no sono antes da vó Lolô chegar.
Ontem de manhã veio correndo me dar bom dia e perguntar a que horas a gente vinha prá Santiago. Não gostou muito de ter que esperar até às sete da tarde, já que eu tinha hora agendada na DPF, mas afinal concordou e andou comigo a tarde toda, na maior parceria, sem se cansar e sem pedir colo, prestando muita atenção em tudo.

Fomos à DPF, fui lá levar os documentos do passaporte, finalmente. Agora a gente tira foto lá mesmo. Imagina como aquilo fica, mas é assim que é. Tudo feito na hora. E as impressões digitais são colhidas em uma maquinetinha, monitorada pelo computador. Uma beleza a tecnologia. Daqui a seis dias úteis tenho o novo passaporte nas mãos.
A Luísa assiste a tudo com muito interesse. É atenta ao detalhe. E pergunta tudo.
Depois conta ao pormenor as andanças e os passeios, à mãe, ao pai e aos avós.
Fui cortar o cabelo e as gurias lá da Ione resolveram brincar de boneca com ela. Lavaram o cabelo, escovaram, pintaram borboletinhas e flores nas unhas da moça e ela encantada.
O Francisco nos esperava em casa, mochila pronta. Dormiu a tarde toda.
Achei que iam desistir na hora de dar tchau aos pais, na rodoviária, mas não.
Sentaram os dois, muito à vontade, cada um agarrado à sua maletinha de brinquedos, um saco de salgadinhos, água e guaraná, enquanto acenavam ao Rodrigo e à Daiane, bem faceiros, pelo vidro da janela.
A Luísa, esfregando com a mãozinha, tentando ver melhor lá fora, ainda protestou.
- Vovó, este vidro tá sujo, não consigo ver o papai direito.

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