sexta-feira, outubro 31, 2008

Dia das Bruxas


Sim, é mesmo.
Hoje é dia delas.
E hoje eu nem toquei na vassourinha, por incrível que pareça.
Fui bater pernas, ver umas prendas que faltavam.
Bruxolina sem fundamento...hehehehe...

Um pouco bastante ansiosa...hehehe...


Mas é ca la ro!
Pudera...segunda a gente embarca pro Brasil!
Já fechei e abri tantas vezes as malas, sempre tem alguma coisa prá tirar ou pôr. É assim mesmo.
Tenho uma lista.
Sigo a lista. Mas quando tá perto de viajar, começo a rever os conceitos e toca a tirar coisas e mais coisas.
Depois ponho lá outras.
E por aí vai.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Começando a semana a mil...

Hoje não aconteceu nada assim de engraçado, mas o dia foi bem legal, proveitoso.
Fui cedo às Finanças, entregar uns documentos e depois tratei de inventar um novo caminho prá ir até a Abraço.
Adoro fazer isso.
Vou mesclando os transportes, conforme vai dando na telha. É um jeito interessante e divertido de conhecer mais detalhadamente Lisboa e as suas pessoas.
Na Abraço almocei um linguado grelhado com batatas ao vapor, que fui buscar lá no meu amigo Luís, do restaurante da Praça. Uma delícia. A esposa dele, a Sheila, é uma brasileira de Recife, pessoa muito boa e querida, que nos dá um atendimento todo especial e vive nos mimando com sobremesas deliciosas. emagrecer, quem há de?
Estou tentando deixar o meu serviço adiantado para poder sair em férias descansada.
Férias...hehehehe...vivo em férias, fala sério!
É mesmo modo de falar.
Mas, apesar de não parecer, lá na Abraço a gente trabalha bastante. Com vontade e com muita alegria, mas trabalha, sim. As coisas têm que acontecer.
No momento estamos preparando a festa de Natal dos utentes e suas famílias, o peditório de 1º de Dezembro, dia mundial da luta contra a SIDA e outras programações durante os meses de novembro e dezembro, prá fechar o ano com chave de ouro.
As empresas são super receptivas, valei-nos isso. Não fossem eles, as coisas seriam inviáveis.
É o meu trabalho diário.
Captar recursos para viabilizar o trabalho da Abraço. Somos uma bela equipe.
E até aqui estamos indo bem.

Gente, passam das 11 da noite. Vou dar jeito de me organizar prá amanhã.
Tenham todos uma bela noite de sonhos e sono.
Em cores vibrantes!

domingo, outubro 26, 2008

Resumão



Pois ontem era o dia dos anos do Arsénio e fomos almoçar com os pais dele. Nem preciso dizer que a comida estava um espetáculo. A dona Graciete já cozinha bem ao natural, ainda mais no dia dos anos do filho.
Fartamo-nos de comer, claro.
E tomamos um bom verde.
Depois do almoço ainda teve o tradicional bolinho que, é lógico, tinha lá o distintivo do Sporting por cima e velinhas que piscam e tudo, acompanhado pelo vinhozinho do Porto.
Cantamos parabéns a você, o Arsénio soprou as velinhas bem contente e fomos felizes como nas histórias da Carochinha. Oh...Eu adoro isso!
Aniversário é aniversário, tem que ser bem comemorado. Assim é que vale.
Com toda a comilança, tivemos que ir dar umas boas pernadas no Parque das Nações prá um café e prá aliviar o peso na consciência. Mais pecados...ai...ai...ai...
O dia estava super agradável, parecendo de primavera.



O DOMINGO

Acordamos já pelo horário novo eram umas sete e meia. Acabou-se o horário de verão e diminuiu-se uma hora, desde as duas da madrugada de hoje.
Depois do café da manhã fiz umas coisas como estender roupas, recolher, dobrar, tirar lixos, dar uma organizada na casa. O resto da manhã, até perto das onze foi de fazer colares de contas coloridas e botões. Lembrei da minha amiga Carla e seus botões coloridos.
O Arsénio levantou mais tarde, perto da hora de irmos buscar a autocaravana lá nos nossos amigos Jorge e Paula. Havia qualquer coisa no frigorífico que não funcionava bem e ele consertou. Encontramo-nos lá no stand e ficamos de papo, vendo fotos de viagens, olhando mapas e combinando passeios prá quando voltarmos do Brasil.
Conhecem tudo e mais um pouco de caravanismo, estão nisso há muitos anos. A gente, como é novato, bebe o que pode do conhecimento deles.
Já era quase uma da tarde quando resolvemos almoçar.
Foi um belo almoço e a companhia valeu a pena. Gente muito boa, os dois.
Na volta ao stand, prá pegarmos o nosso carro, mais duas horas de conversa animada, na tentativa de resolver todos os problemas do mundo e mais um pouco, antes de nos despedirmos.

Já em casa, enquanto o Arsénio faz a mala, eu converso com os filhos no skype.
É o nosso hábito de final de semana e às vezes do meio da semana também. Faz amenizar a saudade dos miúdos (no coração de mãe, os filhos são sempre miúdos).
Só fico sossegada se falar com eles e tiver certeza de que está tudo bem.
Mães são assim, fazer o que?


Já tenho tudo separado, só falta arrumar dentro da mala.
Temos cá uma lista de todas as coisas que costumamos levar nas viagens. Na hora de preparar a mala, é só seguir o check list e tá a andar de mota, como dizem por aqui.
Coisas que aprendi com o Arsénio, que é super organizado, diga-se de passagem.

E amanhã começamos a semana, de novo.
Essa vai voar, na segunda que vem a gente zarpa.
Estamos começando a ficar um tiquinho ansiosos.
Eu, porque vou matar saudades, o Arsénio porque não conhece o Rio Grande do Sul e vai cheio de expectativas e também porque vai conhecer a mãããããããeeeee e meus outros manos, que ainda não conhece, e o Rodrigão e a Carol, as crianças, a Daiane e todas as pessoas queridas da minha vida. Ele só conhece pessoalmente a Raquel e o Gabriel, que já estiveram em Lisboa. Com a Raquel fizemos uma viagem juntos, em 2006 e o Gabriel esteve aqui neste ano, com a Rê.

Ah...sim, como é que eu ia esquecendo de contar?

O Arsénio fez anos e comprei-lhe prendas. Claro. Acho que gostou. Tomara que sim! Tento achar presentes úteis, sei lá...dessa forma acabo não sendo muito criativa, embora me dedique à causa.

Mas a surpresa mesmo foi quando ele resolveu me dar o presente de 50 anos adiantado. E põe adiantado nisso, só faço aniversário no dia dezoito do mês que vem. Nem quis acreditar. Faz muito que eu andava namorando uma objetiva prá minha câmera, dessas poderosas. Mas mesmo aqui são caras e tava adiando, já que o momento é de crise mundial, e coisa e tal...nem pensar.

Gente, ele me deu uma! E eu tô mais faceira do que lambari de sanga, ou que mosca em tampa de xarope, como dizem lá no Brasil. Nossa! Põe faceira nisso! Já andei testando e tudo. É ma-ra-vi-lho-sa! Agora vou poder fotografar tudo e mais um pouco, inclusive os pássaros e outros bichinhos, sem que eles se assustem e saiam voando ou correndo feito desalmados. Tudo assim, bem no detalhe. Coisa mais linda, não é? Eu acho. Puxa...muito obrigada, Doce! Nem sei o que dizer mais. Palavra.

Bem, é um pouco tarde, mesmo pelo horário novo. E amanhã é dia de trabalhar cedinho.

Uma bela semana a todos. E uma linda noite.

sexta-feira, outubro 24, 2008

Feliz Aniversário, Doce!



Hoje é um dia de comemoração, mesmo que não sejas dado a festas de aniversário.
Podia dizer isso a cada dia, porque é o meu desejo de sempre, que sejas cada dia mais feliz e que tenhas motivos de sobra prá comemorar. Mas o dia do aniversário sempre é especial, porque a gente quer que a pessoa saiba mesmo que, do fundo do coração, está em nossa vida e é muito bom.
Ou que estamos em sua vida e que isso é melhor ainda.
É uma data, sim. Mas é o dia em que nasceste, por isso acho que sempre vai ser importante e merece ser lembrado com muito carinho pelas pessoas que te rodeiam e que te amam.
O que posso dizer deste tempo que resolvemos dividir ou somar as nossas vidas, é que só tenho a agradecer por teres aberto a porta da tua casa, da tua vida e do teu coração a mim, à minha família e aos meus amigos, que agora são também a tua família e os teus amigos e que passaram a gostar de ti como mereces que gostem, pela forma como os recebeste e pelo carinho que tens com todos eles.
Que o teu sonho de andar pelo mundo possa se concretizar muito em breve, que tenhamos dias felizes e cheios de acontecimentos inesquecíveis, que a gente possa ser sempre muito parceiro em todos os dias da nossa vida.
De resto, devo dizer que é muito bom estar contigo e dividir todos os momentos.
És um cara inteligente, divertido, amoroso, bom e super amigo e eu me sinto totalmente à vontade, cuidada e amada, mesmo estando em um país que não é o meu, mas que passou a ser a nossa casa.
Preocupas-te com o mundo, queres o melhor prá todas as pessoas.
Tomara que um dia possamos ver as mudanças que sonhamos para este nosso mundo.
E que juntos possamos fazer ainda muito prá que isso mude e seja como deve ser, onde todos possam ter oportunidades e ser felizes.
Um beijo cheio de carinho.
Muita saúde, paz, alegria no coração e vida longa prá nós, prás pessoas a quem amamos e prá todos os que cruzam conosco pelo caminho.
Se possível, boa sorte no Euromilhões também não fazia mal a ninguém, já que jogas religiosamente, todas as semanas...
E que nunca faltem muitos petiscos deliciosos, já que este é o teu fraco e, se calhar, de 99% dos portugueses, salvo erro.
Ah...e que o nosso Sporting seja enfim campeão, isso também era bom, não era?

Feliz Aniversário, Doce!
Que sejas sempre muito feliz.
E que a gente seja protagonista de muitas histórias, uma mais bonita do que a outra, que nós um dia vamos contar pros nossos netos.
Muita luz!
















quarta-feira, outubro 22, 2008

Inverno? Mas, já?

Brrrrrrrrrrr...
O dia amanheceu frio prá caramba.
Dia de inverno mesmo. No mínimo, de outono.
À tarde deu uma chuviscadela.
Andei o dia todo encasacada e de cachecol.
Ara...
Adoro frio, mas não me agrada nada a chuva quando é preciso andar à rua.
Adoro olhar a chuva a cair através da vidraça, nariz grudado e a respiração fazendo desenhinhos no vidro.
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Não demora vamos ter castanhas assadas e aguapé.
Novembro é um mês lindo, aqui.

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Ontem eu e o Arsénio fomos até o Sofitel assistir a uma peça do Raul de Orofino, um brasileiro que faz muito sucesso aqui em Portugal já há dez anos, onde popularizou o seu personagem Mário e alguns outros, no espetáculo Mário, teu humor tá no armário.
Vale a pena conferir, além de divertido, é super construtivo.
http://www.rauldeorofino.com/
Muito interessante.
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Antes demos boléia à Margarida e acabamos por subir até a sua casa, para dar uma espiada na vista espetacular que se tem da sua varanda e também prá saborear um delicioso chá, feito por ela.
Acabamos por nos deliciar com o chá, com as histórias e com as roupas maravilhosas que ela trouxe de Marrakesh, de onde chegou anteontem com a filhota Leonor.
Tudo lindo demais.

segunda-feira, outubro 20, 2008

Desejo.

Que Deus nos conserve sempre iluminados e cheios de energia criativa e boa.
Que sempre nos permita o sorriso sincero e aberto, a alegria genuína e o sonho de que as coisas possam sempre ser melhores do que são.
Que nos dê a consciência do quanto é preciso sermos solidários e receptivos.
E que nos dê força prá tentar viver com sabedoria e paciência, gestos e palavras de carinho e respeito àqueles que caminham junto de nós.
Porque cada vez mais é preciso.
Porque o mundo cada vez mais depende de sermos a cada dia melhores.

domingo, outubro 19, 2008

Ah...pois é!

Tinha esquecido.
Sexta, antes de resolver ir ao cinema, fui ao Vasco da Gama, que é um grande centro comercial mais ou menos aqui perto de casa. Isso já tinha falado, sei. Fui ver os GPS`s, que o Rodrigo tinha me pedido prá ver.
Almocei lá. Come-se boa sopa da pedra e uma salada cheia de gosto, com gelatina e iogurte de sobremesa. Peguei os meus pertences e fui prá mesa. Sentei numa onde haviam seis lugares. Um tava ocupado por um senhor, bem à ponta. Larguei a bolsa na cadeira ao lado, tirei o casaco, ajeitei-me na cadeira e comecei a saborear a salada. Boa!
Vi que o senhor tinha lá muitos sacos de comida. Hamburger, batatas, sobremesa, sumo. Entretive-me com a minha sopa, sem olhar muito pro lado.
Passados uns dez minutos, vi que ele ainda tava na mesma posição. Achei que podia estar rezando, agradecendo a comida, coisas do tipo. Nunca se sabe. Continuei a comer e olhar o movimento da praça de alimentação. Às duas e tal já não há ali tanta agitação, mesmo com o shopping cheio.
Olho de novo e começo a desconfiar que o vizinho dorme.
Olho mais detalhadamente e vejo que sim, realmente, o gajo dorme em cima da comida, mas durinho, sem perder a pose.
Fico naquela de acordo, chamo, não acordo, pode se chatear e tal. Continuo comendo, mas meio sem saber o que fazer.
E se ele cai por cima da bandeja?
E se está a sentir-se mal?
Será que não desmaiou?
Ele continua ali, imóvel.
Olho melhor, vejo que respira normalmente.
Na certa dorme.
Aquilo começa a me agoniar.
Quando finalmente resolvo chamar - Senhor! - o guarda da praça aparece e toca-lhe o ombro.
- Olhe que assim o seu comer ainda arrefece.
Ele acorda meio no sobressalto, olha prá todos os lados, pede desculpas a mim e ao guarda. Digo que não tem de que e ele me questiona, muito preocupado:
- Não ressonei, pois não?
- Não, não. Tava a dormir aí, muito sossegadinho. Achei que andava a meditar.
Ele ri, eu também.
E recomeçamos a comer em silêncio, agora com as coisas todas nos seus lugares, enquanto o guarda se afasta prá atender ao chamado de um amigo que passa.

Domingão

Tô aqui na frente do PC, de aventalzinho floreado e tudo, pensando se lavo a louça ou se fico à toa, viajando na maionese a tarde toda. Tô num daqueles dias em que não dá vontade de fazer nadica de nada.
Tenho a mala de viagem prá adiantar, documentos prá separar, mas falta vontade de me mexer.
Depois do almoço: Cobra!
E cobra é cobra, não adianta.
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O Euromilhões ficou prá próxima. Joguei, claro, mas só acertei o número 3 e uma estrela, o 5.
É assim, joga-se cinco números e duas estrelas. Os números vão de 1 a 50 e as estrelas de 1 a 9.
O Rodrigo me deu os palpites sexta. Joguei. Acertei um número e uma estrela, o que não dá um centimozinho sequer. Se fossem dois e uma estrela ou um e duas estrelas, ainda dava quase dez euros.
Paciência. E deu jackpot.
Um dia desses aposto de novo.
Pode ser que tenha melhor sorte.
Por ora, os poemas do seu Manél vão ter que esperar.
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Fiquei boa parte da manhã de trela com os guris (Rodrigo e Gabriel), numa de conversa coletiva no msn. Só piadas. Mas é prá isso que servem os domingos. Fala-se de tudo e mais um pouco. E depois vai cada um pro seu lado fazer a bóia, como diz o Gabriel.
Aqui em casa hoje foi medalhões de pescada ao molho de camarão, arroz branco, salada e milho cozido.
Sim, milho, bem amarelinho, cozido na água com sal e com gosto de infância na praia do Cassino.
Tudo bem, pode não ter nada a ver com o cardápio, mas eu tava com desejo. Milho em espiga aqui não se acha mas é nunca.
Noutro dia achei. E hoje fiz, porque tava muito a fim de comer. Adoro.
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O dia tá bonito prá caraças.
Sol, fresquinho. Abri todas as janelas a que tenho direito.
Êta coisa boa!
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Não, não desci à rua.
Tô cheia de preguiça.
E com um monte de coisas prá fazer, que agora os dias vão correr, graças a Deus, nessas duas semanas que faltam prá gente ir pro Brasil.
Já não era sem tempo.
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Vou ali, então...
Volto mais tarde.
Aproveitem o domingo.
Beijos.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Mamma Mia!


Lindo!
Mas mesmo muito bom o filme Mamma Mia.
Adorei.
Tava lá no Vasco da Gama e vi o cartaz. Já fazia algum tempo que queria ver. Liguei pro Arsénio e convidei, ele topou, então fomos.

E tô indicando, porque é imperdível.
Atuações espetaculares de Meryl Streep, Amanda Seyfried, Pierce Brosnan, Julie Walters, Christina Baranski, entre outros fora de série.
Dêem uma espiadela no site.

A sexta-feira, o jogo no euromilhões e o seu Manél

Ai...sério, não deu vontade de grandes esmeros. Larguei a vassoura e que se dane.
Fiquei conversando com o Rodrigão o maior tempão. Viajamos que foi uma beleza. Eu já disse, essa família Flôres Görski não é molezinha...Mas é bem bom.
Depois resolvi ir ao Vasco da Gama, ver se achava um GPS que ele queria.
Na paragem da camioneta (parada de ônibus) encontrei lá o seu Manél, que foi se chegando e pedindo licença prá sentar ao meu lado no banco da paragem. Cá prá nós, eu nunca o tinha visto mais gordo, mas ele foi largando a sacolama toda do outro lado e sentou mesmo ao pé de mim, como se fosse um velho conhecido.
Achei graça naquilo.
E ele, totalmente dado, foi logo entabulando uma conversa louca de comprida.
- São as minhas pernas, sabe... Eu quero andar, mas elas não me acompanham.
Tô com 86 anos. E já fiz sete operações. O coração, ó (e batia no lado esquerdo do peito) esse tá que é uma bomba. Tiraram uma veia da perna e puseram aqui, tás a perceber?
Fiz que sim e perguntei se tinha feito ponte de safena.
Ele não sabia o que era.
Mas expliquei e vi logo que falávamos da mesma coisa.
Pois. Tenho 86 anos e escrevo. Poesias e poemas.
Quando tinha nove anos ganhei o meu primeiro prêmio.
Depois me disse que a última operação tinha sido de um tumor no intestino, mas que tava tudo certo, tudo ok. Não ficou nada. Nada mesmo.
Mas quando me levaram prá recuperação, fiquei muito tempo lá, mas não vi nada, tava dormindo. Anestesiado, percebes...Pois. E lá só havia uma maca. E teve outro operado, um tal de seu Ramires, que chegou depois e precisou da maca. Eles me jogaram lá prá enfermaria. E o seu Ramires, esse que estava lá também operado, falava: Seu Manél, o senhor dorme muito.
Eu dizia prá ele que as medicinas sempre me disseram que dormir faz bem prá saúde. Ele então me disse: Então deixe-se dormir, pá!
Eu já ali pedi licença a ele e fiz um poema.
E recitou-o todo ali mesmo, prá toda a gente ouvir.
O velhote era mesmo animado.
E a conversa foi indo.
A esta altura já começava a encher a paragem de gente. Todos prestando atenção à conversa do seu Manél.
Eu virava pro outro lado prá ver alguma coisa que me chamava a atenção e ele me batia no braço ou me puxava.
- Com nove anos ganhei o meu primeiro prêmio de poesia, sabe? E eu era o único infantil, os outros todos mais grandes do que eu, mas tirei primeiro lugar. Noutro dia escrevi um poema prá minha mulher. Ela morreu em 2006. Levei dois anos prá conseguir, mas agora escrevi. Levei cinco horas, suei tanto. Mas ficou muito bom.
Olha, repara aqui...senhora ou senhorita?
-Senhora - respondo eu, a rir.
-Pois, senhora, repare - E foi levantando na maior dificuldade, gemendo um pouco.
- Veja se isso lhe diz alguma coisa.
Tirou um papel dobradinho da carteira que tava no bolso e começou a ler em voz bem alta o poema que tinha feito prá mulher.
Ao fim, elogiei o escrito e ele ficou todo orgulhoso.
A platéia muito atenta, só faltou aplaudirem.
Logo no início da conversa, quando falei a primeira palavra, foi perguntando:
- É brasuca, pois não?
- Sou sim.
- E de que parte do Brasil?
- Do sul, do estado do Rio Grande do Sul. Conhece?
- Olha, eu já fui mais de 120 vezes ao Brasil, conheço aquilo tudo. Mas o vosso estado não conheço. Trabalhava no Navio Santa Maria, já ouviu falar?
Trabalhei quinze anos na Marinha de Guerra, também. Recebi uma condecoração por ter salvo mais de oitenta pessoas. Até na Austrália salvei gente. Andei por tudo nessa Europa. França, Áustria.
O velhote me tonteava e toda a gente me olhava, deviam estar achando que éramos velhos conhecidos.
Ainda houve mais assuntos, mas não dá prá lembrar de tudo. E cada coisa foi falada umas três vezes, no mínimo.
Um senhor muito giro, como dizem por aqui. Castiço mesmo.
Passou o ônibus do Campo Grande, o do Areeiro e ele não se mexeu. Quando chegou o da Gare do Oriente, que era o meu, achei que levantava e seguia o rumo. Mas ele não fez nem sinal, continuou bem sentadinho ali no banco. Viu que eu ia seguir e resolveu se despedir em alto estilo. - Olha, que tudo na vossa vida dê certo e que chegue até os 120.
- 120, Seu Manél, tudo isso? Ora, muito obrigada ( e fiquei pensando que 120 também eram as vezes que disse ter ido ao Brasil)
- Pois, 120! E sem nenhum problema. Muito gosto, minha senhora! Adeus.
Agradeci e desejei o mesmo a ele, depois entrei no ônibus, rindo sozinha.
Ganhei o dia.
Ah...sim!
O Euromilhões...ia mesmo esquecendo.
Joguei uma cartela cheia, com os números que o Rodrigão me deu.
A ver vamos.
Ganhasse qualquer coisa, havia de publicar os poemas do Seu Manél, ah...pois era.

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quinta-feira, outubro 16, 2008

Atualizando...

Bem, faz alguns dias que ando sumida.
Aliás, sumida não, tô por aqui, como já disse, mas sem muito tempo prá parar um pouco e botar as idéias no papel.
Ôps, papel não. Aqui no PC.
Quase uma semana...
Bom, no sábado fomos ao churrascão do seu Camargo. Nós e o primo Sérgio. Eu até ensaiei uma pilcha e tudo. Foi bastante gente, a carne tava super gostosa e a simpatia da família do seu Camargo, sem comentários. Eles são nota dez!
Tinha até mandioquinha frita, imaginem!
Só eles mesmo...
Teve música e dança, pena o gaiteiro que estava contratado não ter podido ir. Mas esteve super divertido, da mesma forma. E ficamos com algumas fotos prá registro. Tinha até a bandeira da nossa terrinha, minha e do pessoal do seu Camargo. E é claro que a gente tinha que mostrar, né.
Os pelotenses fora de casa.
Tá bonita, não tá?
Gaúchos pelotenses e os portugueses malucos por churrasco...


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A SEMANA E O ANIVERSÁRIO DA NONÔ
A semana foi de correria na Abraço e ontem tivemos o aniversário da Nonô, nossa querida amiguinha.
Preparamos uma festa e tava super legal.






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E amanhã é dia de Amèlie, ca la ro!
Tô por casa, tentando deixar tudo perfumado.
Tenho até uma vassourinha nova.
Vamos ver se esse cabo não quebro.

Rárárá!

sexta-feira, outubro 10, 2008

Estamos aqui...


Gente, só prá dar o ar da graça e dizer que não esqueci de vocês, não.
É que hoje é o meu dia de Amèlie...
E tô na lida desde cedo.
Assim que der, volto.
Deixa eu só dar um jeito nessa casa.
Prá começar, já quebrei o cabo de uma vassoura. Vai saber o que vem atrás...afe!
Beijos a todos.
E, como diz a minha amiga Tramelinha, tchururú!
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PS: É de noite e acabei de falar com ela...e é tchururum.
Pois então...tchururum!

segunda-feira, outubro 06, 2008

Churrascão do seu Camargo



É no próximo sábado, dia 11, às 20hs, lá no Restaurante Chama Bar, no Estádio do 1º de Dezembro, em São Pedro de Sintra.
Um churrasco louco de especial, ao feitio bem gaúcho, a cargo do seu Camargo e sua família.
Vamos sim, nós e mais um bando de amigos e primos.
E depois ainda tem música ao vivo e fandango.

Olha isso!
Quem quiser ir, tá convidado.
É só avisar o Gaúcho pelo telefone 9334 70933.

Residência.

Depois de uns quantos meses de espera, quase seis, hoje finalmente fui receber o meu Cartão de Residência em Portugal.
Pelo menos nos próximos cinco anos não terei que me preocupar, estou absolutamente legal.
Posso trabalhar, estudar, viajar sem qualquer problema.
E sinceramente, o pessoal do SEF foi muito atencioso, desta vez.
Uau!
Vamos comemorar!

sábado, outubro 04, 2008

Voltando prá casa

Pois muito bem, as mini-férias acabaram. Estamos de volta a Lisboa.
E o que é melhor...já desfizemos as mochilas.
Ufa!
Por menos que se carregue, sempre vão coisinhas e mais coisinhas.
Agora é um banho quente, comer alguma coisa e descansar.
Amanhã vemos.
Mais tarde coloco umas fotos aqui.
Beijão, gente!

sexta-feira, outubro 03, 2008

Candelário - Província de Salamanca - Um caso a parte

Sinceramente eu não esperava por algo tão lindo, quando o moço do camping Las Cañadas, em Hervás, nos sugeriu que fôssemos visitar esta povoação.
Hoje cedo saímos em direção a Baños de Montemayor e Béjar, a norte de Hervás, na carretera que segue para Salamanca, mas o destino era Candelário.
Na chegada fomos direto ao Turismo para pegarmos um mapinha e nos orientarmos. Fazia muito frio, tinha saído de Hervás de calça curta e camiseta de manga curta, tive que trocar de roupa e me entrouxar.
As fotos vão dizer o que encontramos por lá, mas deixa eu falar do señor Andre González, proprietário da bodega La Regadera. Uma graça o velhinho. Deu-nos conversa e contou-nos coisas da região e do lugar. Nasceu ali mesmo e sempre viveu em Candelário.
Essas situações é que me encantam nas viagens. Falar com as pessoas, perguntar, descobrir curiosidades, saber dos costumes. Isso é que é viajar, prá mim. Não como turista. É ficar um pouco em cada lugar, até quando dá vontade, e ir embora só depois de ter visto o que realmente me interessa ver. O Arsénio é igual, ainda bem, combinamos muito nisso. Se ele já estivesse reformado, como eu, a nossa vida seria uma viagem constante. Mas aqui em Portugal, só aos 65 anos para os homens e, sendo assim, ainda faltam mais de 15 anos. E na Espanha também, segundo o nosso bom señor Andre.
Mas, por enquanto vamos passeando no tempo que dá, à nossa maneira.
Tomei um descafeinado com leite, que ele fez questão de servir em um bule branquinho. E me fez provar um bolinho característico do lugar. Depois ainda quis que eu provasse o vinho tinto feito ali e a gente não pode fazer desfeita, né...Bela misturada!
Provamos e gostamos.
Uma delícia.
A bodega tem aquele ar antigo e aconchegante, balcões de madeira e muitas fotografias e cartazes de touradas e toureiros pelas paredes. Pergunto se ele tem alguém da família que seja toureiro ou coisa assim, ou se é por gostar muito. Ele me diz que não, que não tem ninguém que seja toureiro, é porque gosta mesmo
.
Querido o velhinho.
Castiço, como diz o Arsénio.
Deu-nos um cartãozinho, prá que voltássemos um dia e também para que mandássemos os amigos de Portugal.


Entramos num mercadinho, depois de visitar a povoação. Compramos algumas coisas que faltavam, como azeitonas e pão para o almoço (português não almoça sem pão, nem janta) e uns bolos, para o lanche da tarde.
O Arsénio ainda parou em uma casa de embutidos e queijos e fez o seu ranchinho especial pró colesterol. Feliz da vida.


Candelário é uma povoação que fica mesmo ao sopé da Serra do Candelário, na Provícia de Salamanca, em Castela y León.
Tem uma população de pouco mais de mil habitantes. As pessoas são simpáticas e cumprimentam a todos por quem passam, com se fossem velhos conhecidos.
As casas têm estilo medieval e foram construídas de forma a estarem preparadas para os períodos de inverno rigoroso, quando neva. Nas portas de entrada são característicos os "batipuertas", feitos em madeira escura, que tanto serviam para proteger a entrada das casas da neve e da água, como para a prática da matança, já que a atividade econômica principal era a indústria familiar de embutidos. Ainda servem para proteger a entrada das residências, que mantêm suas portas abertas, durante o dia.
No povoado, muitas tradições são mantidas e repassadas de gerações a gerações. Entre elas, destaca-se a do casamento típico, realizado no mes de agosto, onde os noivos, em geral, mais de um casal, trajam-se com roupas tradicionais e seguem ritual rigoroso, desde passear pelas ruas de Candelario para que a sociedade os conheça até as bênçãos na igreja e danças em praça pública. Outro costume preservado na cidade diz respeito ao informe, através de cartazes colocados em bancas de revistas, ao lado dos jornais, dos cidadãos que morreram. Com isto, todos são “convidados” a se despedirem do falecido e a prestarem solidariedade à família.



Antes de irmos embora, ainda fiz pose em frente à Igreja do Santíssimo Cristo do Refúgio e demos mais umas voltas, prá entáo seguirmos viagem.

















Dali seguimos para Cáceres. A idéia era pernoitarmos ali, para saírmos amanhã de manhã prá Portugal.
Almoçamos no caminho, bifes com salada, num espaço de descanso, à beira da estrada.

Chegamos a Cáceres eram quatro da tarde e resolvemos seguir até Portugal, com destino ao Camping de Asseiceira, em Santo António das Areias, entre Marvão e Portalegre.
Foi meio complicado chegarmos até o camping, erramos algumas vezes o caminho, mesmo com o GPS (este é um capítulos mais a parte ainda...). Mas acabamos por chegar, depois de perguntarmos a algumas pessoas no caminho.
Outra situação é que o acesso para a autocaravana em algumas estradas é bem difícil. Árvores, sacadas, varandas suspensas, ruas estreitas...
Já no camping, enquanto estacionávamos e colocávamos os calços para colocar a autocaravana no nível, chegou um inglês e rapidamente ligou-se à eletricidade a nós destinada. Ficamos sem entrada. Nós e um outro casal de portugueses que já haviam chegado ainda antes de nós. O remédio foi utilizarmos uma extensão tripla que carregamos para as emergências. Assim ficou solucionado o problema. Tive que me despachar com um outro inglês que estava estacionado ao nosso lado, para poder ligar a extensão no lugar onde estava o fio da autocaravana dele e colocar os três na extensão.
Nada que não se resolva. Com alguns gestos e um inglês muito sofrível, acabamos por nos entender.
Esquisitinhos esses ingleses. Tanta fleuma...
Espertinhos até mais não. Viram que estávamos ali, mas se fizeram que não.
O Arsénio liga e fica meio indignado. eu prefiro não estragar o meu dia, nem esquento. Mas até era prá esquentar...
Feito isso, ligamos tudo e fomos dar uma volta pela povoação de Santo António.
Um lugarzinho bem simpático e limpinho. A população anda por volta dos 1.200 habitantes. As casinhas são todas brancas, com faixas amarelas nos portais e à volta das janelas e tem muitas flores. A estrada que leva ao povoado é uma espécie de caminho rural, com ovelhas e vacas no caminho. Vê-se que vivem também da agricultura.

Passamos pela Praça de Touros que, segundo me informei, é de terceira categoria e realiza anualmente uma corrida de touros a portuguesa.
Chegamos ao povoado quando terminava a missa.
E pelo jeito é o acontecimento da sexta à tarde.
Depois tentamos entrar em um café, mas estava repleto, assim que desistimos.
Concluí que os senhores, depois de terem ido à missa e confessado os pecadinhos básicos, iam tomar uns copos prá esquecê-los de vez. Um copito sempre ajuda, não é verdade?
Interessante o fato de ver tantos senhores saindo da igreja. Em outras regiões do Alentejo as mulheres é que são dadas à religiosidade presencial. Os homens preferem o culto ao copo, reunindo-se em clubes para beberem uns copos e cantar. Outros para beberem uns copos e ouvir os outros a cantar.
Enfim, cada um com os seus costumes.
Adoro saber de tudo.

Voltamos para o camping pela mesma estradinha, que agora era só a descer.
Depois do lanche, refizemos o itinerário de amanhã e vim prá cá contar as peripécies. Vamos sair cedo para Portalegre. Se der, ainda vemos alguma coisa por ali, se não, tocamos direto.



O Arsénio foi deitar, com o friozinho que faz, não tá nada mal ver tv na cama.
E eu, não demora, sigo o mesmo rumo. Brrrrrrrrrr



Bem, é triste dizer, mas a viagem está no seu finalzinho. Amanhã retornamos a Lisboa e ao trabalho, na segunda-feira.
Valeu esta semaninha.
Deu prá recarregar as baterias e nos divertirmos bastante.
Durante a semana vou tentar colocar mais algumas fotos.
Um abraço grande prá todos.
E uma bela noite.