domingo, outubro 19, 2008

Ah...pois é!

Tinha esquecido.
Sexta, antes de resolver ir ao cinema, fui ao Vasco da Gama, que é um grande centro comercial mais ou menos aqui perto de casa. Isso já tinha falado, sei. Fui ver os GPS`s, que o Rodrigo tinha me pedido prá ver.
Almocei lá. Come-se boa sopa da pedra e uma salada cheia de gosto, com gelatina e iogurte de sobremesa. Peguei os meus pertences e fui prá mesa. Sentei numa onde haviam seis lugares. Um tava ocupado por um senhor, bem à ponta. Larguei a bolsa na cadeira ao lado, tirei o casaco, ajeitei-me na cadeira e comecei a saborear a salada. Boa!
Vi que o senhor tinha lá muitos sacos de comida. Hamburger, batatas, sobremesa, sumo. Entretive-me com a minha sopa, sem olhar muito pro lado.
Passados uns dez minutos, vi que ele ainda tava na mesma posição. Achei que podia estar rezando, agradecendo a comida, coisas do tipo. Nunca se sabe. Continuei a comer e olhar o movimento da praça de alimentação. Às duas e tal já não há ali tanta agitação, mesmo com o shopping cheio.
Olho de novo e começo a desconfiar que o vizinho dorme.
Olho mais detalhadamente e vejo que sim, realmente, o gajo dorme em cima da comida, mas durinho, sem perder a pose.
Fico naquela de acordo, chamo, não acordo, pode se chatear e tal. Continuo comendo, mas meio sem saber o que fazer.
E se ele cai por cima da bandeja?
E se está a sentir-se mal?
Será que não desmaiou?
Ele continua ali, imóvel.
Olho melhor, vejo que respira normalmente.
Na certa dorme.
Aquilo começa a me agoniar.
Quando finalmente resolvo chamar - Senhor! - o guarda da praça aparece e toca-lhe o ombro.
- Olhe que assim o seu comer ainda arrefece.
Ele acorda meio no sobressalto, olha prá todos os lados, pede desculpas a mim e ao guarda. Digo que não tem de que e ele me questiona, muito preocupado:
- Não ressonei, pois não?
- Não, não. Tava a dormir aí, muito sossegadinho. Achei que andava a meditar.
Ele ri, eu também.
E recomeçamos a comer em silêncio, agora com as coisas todas nos seus lugares, enquanto o guarda se afasta prá atender ao chamado de um amigo que passa.

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