quarta-feira, outubro 01, 2008

Quarta-feira - Plasencia, Cabezuela del Valle e Hervás

Não levantamos cedo, porque a manhã era fria. A noite também foi bem fresca, mas aqui dentro da autocaravana é quentinho. É o que nos vale.
Deixamos o Camping de Monfrague eram umas dez e meia da manhã, em direção a Plasencia.
A cidade, que eu achava que era tão interessante como Mérida, já que regulam em tamanho, não passa de uma cidade normal, como outra qualquer. Nada a declarar, passamos ao largo.
Dali viemos a Cabezuela del Valle, onde entramos a esquerda, enveredando por uma serra muito íngreme, de uma estrada estreita e cheia de curvas. E põe curva nisso, o GPS quase deu em doido desenhando aquilo. Numa das primeiras curvas da estrada, um español muy simpático
ficou estaqueado esperando que tomássemos a iniciativa de retroceder, para que ele pudesse passar o seu caminhão. Pensem no meu apavoramento. Isso aqui pesa em torno de três mil e quinhentos quilos, é super comprido. Andar de ré numa estrada íngreme, sem acostamento, é bem complicadinho. Ainda bem que o Arsénio é calmo nessas horas. Eu já fico bem maluca...Enfim, manobra mais, manobra menos, passamos.
Depois foram mais trinta e dois quilômetros de subida e subida e subida que não acabava mais. Fui ver, o ponto mais alto tem mais de dois mil e quinhentos metros. Lá em baixo tudo em super miniatura. Em cima de nossas cabeças, só o céu azul.
E eu tendo chiliques, lembrando da minha mãe Helena, quando viajava por estradas tortuosas e por morros. Vi todo o filme de quando éramos pequenos. Ela pedia pro pai parar o auto, descia e sentava à beira da estrada a chorar copiosamente.
Agora entendo o porque, viu mãe!

Não chego a descer, mas de chorar ando bem pertinho...
Eu odeio alturas. Estradas como essa me dão muito medo. Palavra. Ainda mais em uma autocaravana como esta. Qualquer vacilo, é um despencar morro abaixo, sem escalas.
E alguns trechos juro que fechei os olhos.
Em outros me atrevi a fotografar a paisagem.
Prá mim é um desconforto total.
O Arsénio ri , parece maluco. Prá ele é pura adrenalina.
Como diz a minha mãe, tem gosto prá tudo...


Quando chegamos ao Parque de Cañadas, ao lado de Hervás, me doíam as pernas. Não me perguntem por que. Eu sei.

Enquanto o Arsénio ligava a eletricidade e organizava as coisas prá nos instalarmos, fui procurar um telefone, prá ligar à Raquel. Falei com ela e com a Carol. Tudo bem, as coisas andando dentro do esperado e ela bem tranqüila. Tadinha da minha filhota, dá uma dó. Queria estar lá prá cuidar dela, botar no colo. Ainda bem que tá com todos à volta, dando a maior atenção. A gente fica tão carentezinha quando tá dodói...

Mas ela é uma menina cheia de coragem, a Raquelzinha.

Assim fico mais sossegada.


Já eram duas horas, quase, quando terminamos a função da "chegada".

Fiz uma salada com atum, tomates, alface, rúcula, laranja, pêssego e mais outros verdes, além de cenoura crua em tirinhas. Comida rápida, mas de "sustância". Até porque resolvemos ir à povoação à tarde e de bicicleta. Exercício nesses dias não têm faltado.

E daí, comer muito não era nada aconselhável.

Fizemos seis quilômetros prá ir e mais três prá voltar, pelo outro lado da cidade.

E uma vez lá, achamos que devemos ficar mais um dia prá ver o que não conseguimos ver hoje.

A cidade é mimosa, daquelas em que a gente põe o olho e simpatiza de cara. Cai no goto, como diz o Arsénio.
Aproveitamos cada minuto. Sentamos numa esplananda, tiramos muitas fotos, depois andamos por toda a cidade, bicicleteando. Fomos ver o bairro judío, tomamos una caña.

Otra????

Si, si, como no...

Fomos ao supermercado comprar umas coisas que faltavam e trouxe tudo na minha cestinha da bicicleta.

A volta era só descer, por isso foi menos cansativa. Quase nem pedalamos. Ruim é não ter quase acostamento. Mas a gente se cuida e os motoristas respeitam muito, desviando-se sempre.

A pedalada deu fome.

Montamos a mesa fora de casa e fizemos um belo lanche.

Depois fomos lavar as louças e tomar um banho quente.

O dia foi todo de calor, cheguei a queimar um pouco nos braços, mas à tardinha ficou mesmo frio e depois do banho, só dentro de casa prá ficar confortável.

Falei com a Raquel de novo, tá faceira que amanhã já vai prá casa. Hospital é um lugar onde ninguém quer estar.

Logo ela deve voltar às atividades normais, se Deus quiser recupera logo. Mas é claro que não deixo de fazer as recomendações básicas, aquelas de mãe, sabe...normal, né?

Bem, gente, as fotos já baixei da câmera, mas vão ter que ficar prá amanhã. Já passa da meia noite e meia aqui e tá me dando um baita sono.

Amanhã ainda ficamos por aqui prá ver o que faltou.

Sexta seguimos a norte.

Depois conto mais.

Beijo grande a todos.

Fiquem com Deus e tenham uma bela noite de sono.

Até amanhã.

4 comentários:

Renata disse...

Helô, estou simplesmente adorando a viagem de vocês! Sabes que sou nascida em Realeza e filha de agrônomo, ou seja: Adoro umas empreitadas... ehehehe. Quem sabe daqui um tempinho mais eu e o Gabriel conseguimos nos juntar a vocês numa dessas aventuras. Que digasse de passagem, tem feito muito bem a ti e ao Arsenio. Ao que se pode ver pela foto, os dois estão 'esbeltos'e cheios de fôlego!
E eu aqui já fiquei louca pra provar daquele 'saladão'!

Hoje, em especial, estou super orgulhosa do teu filho. Ele teve a primeira aula do mestrado. Pra mim a nossa primeira grande vitoria pela terra dos gnomos. Isso é só pra confirmar que com um pouco de paciencia e muuuuito esforço as coisas acontecem.

No mais, continuo aqui espiando...
Beijo grande e DIVIRTAM-SE!

Carol Görski disse...

Gostei da subidinha de bike!! hehe
Devem ter suado um "pouquinho"! rss

helo flores disse...

Bah...nem me fale...
Tá mais do que provado que no coração não tenho nada.
Suamos mesmo, ca la ro.
Mas nada que um belo copo de "caña" não resolva. Geladinho.
Deusolivre a gente se desidratar...
Olha lá, caña não é canha.
É choppsssss, guria!
Beijocas, filha.
Saudade docêis.
Manhê

helo flores disse...

Ô Rê!
Mas que veleza! Tô acompanhando a trajetória de vocês, só de olhinho.
Sabes,né...fico toda emocionada.
Isso mesmo!
Em frente, gurizada!

A gente ainda vai fazer muitas viagens juntos. Nós e os outros filhotes. É só ajustar.
E querer.
Bora lá!
beijo e muita saudade.
sucesso aí!

Manhê