sábado, abril 16, 2011

ERICEIRA - onde o mar é mais azul.

Estamos a cerca de trinta e cinco quilômetros do centro de Lisboa, a noroeste. A vila é antiga. Presume-se que tenha sido local de passagem e instalação dos fenícios. Por muito tempo teve como atividade principal a pesca. Mas as ondas deste mar tão azul ficaram famosas e atraíram surfistas do mundo todo e muitos turistas. E a vila cresceu, criou personalidade. Gosto demais daqui. O ar cheira a mar, há um clima praiano, que lembra recantos de Floripa, no Brasil. Gente bronzeada circula vestindo roupas coloridas, as pranchas fazem parte do cenário e a comida é uma delícia. Há muitas marisqueiras, restaurantes típicos, onde se come todo o tipo de mariscos e um saboroso arroz de tamboril *. As ruas são limpíssimas, as casas muito bem cuidadas, vemos flores por todos os lados, há notória preocupação com a educação ambiental. O atendimento é ótimo, as pessoas são simpáticas e agradáveis. Há por aqui um excelente astral.
Com o calor que já começa a fazer, vemos muita gente na praia.


Na praça principal, em frente ao Turismo, encontramos esta dupla do Equador, a fazer um som bonito e contagiante: o Patrício e o Milton. As pessoas param, sentam nos banquinhos e ficam a assistir. Algumas como nós, mais emocionadas, compram algum cd. Gosto do ritmo. Há qualquer coisa em mim que fica muito tocada quando escuto a música que eles fazem. E gosto das roupas, das cores, dos instrumentos que utilizam para fazer os seus sons, da dança. Como se fizesse parte de mim. É algo que não sei explicar. Talvez seja a descendência indígena, um tanto remota, mas presente com certeza. Minha tataravó era índia. A avó do meu avô materno.

Tenho uma paixão descarada por um instrumento que eles trazem ao pescoço, que emite sons de aves, quando soprado. Já propús várias vezes, cada vez que encontro uma dupla ou trio desses a tocar em praças ou ruas, se não me vendem e me ensinam a tocar. Nada. É deles, prá seu uso e só se compra lá no país deles. Nem sequer sei o nome. É uma espécie de apito. Acho que vou ter que ir à fonte.







Um dia bem passado, o de hoje.

Amanhã é dia de ir à praia cedo. O mar fica logo aqui em frente, de onde está estacionada a autocaravana, no Parque de Campismo, tem-se uma vista magnífica, desde que o dia amanhece. É um mar muito azul, que faz toda a justiça à fama da vila.


* tamboril - peixe de água salgada, encontrado em águas profundas.

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