sexta-feira, janeiro 14, 2011

Inácio Ludgero e o Timor


Nascido na Amadora em 1950, considera-se alentejano por adopção e cidadão do mundo por opção.
Frequentou o curso de Escultura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, ingressando nos quadros do vespertino “A Capital”, em 1 de Junho de 1972.
Foi repórter-fotográfico de “O Jornal” desde o primeiro número, em 1 de Maio de 1975, data em que entrou para a empresa, até à extinção daquele semanário, em Novembro de 1992.
Saiu no dia 10 de Março de 2008, da revista “Visão”, sendo atualmente Free-Lancer.
Os prêmios de fotografia, as exposições, a participação em livros e a publicação de fotos em revistas estrangeiras, considera-os como capítulos de uma vida vivida com intensidade e paixão.Em Junho de 1994 publicou, juntamente com José Jorge Letria, no Círculo de Leitores, um álbum fotográfico com textos poéticos chamado “Lisboa, Capital do Coração”, a preto e branco, com edição já esgotada, um livro que é, sobretudo, a revelação do pulsar de uma cidade trepidante e apressada, como todas as metrópoles deste fim de século.
Nunca deixa de amar os seus velhos, as suas crianças, as marcas do passado e os sinais do seu destino.
No ano de 1994 ganhou o 1.º prémio do 8.º Concurso de Fotografia do Meio Ambiente da Câmara Municipal do Barreiro, na categoria de preto e branco.
Também no ano de 1994 ganhou o Prémio Gazeta (Prémio Nacional de Foto-reportagem de 1993, do Clube de Jornalistas) com a fotografia de capa do primeiro número da “Visão”, efectuada na coluna do Huambo, com o título “Pietá Negra” e distinguida como uma das 50 fotos do século pela Associated Press, em Julho de 1999.
Tendo sido uma dura experiência, teve a amizade e a camaradagem do seu companheiro de reportagem, José Plácido Júnior, a quem deve muito apoio naquelas horas difíceis, assim como do seu companheiro Filipe Fialho na reportagem em Timor, de onde surgiu uma exposição que percorreu, durante mais de um ano, Portugal inteiro e o mundo, chamada “Os Mártires do Silêncio”.
Publicou também um álbum fotográfico sobre Timor em Fevereiro de 2000 com o título “12 dias com os Mártires do Silêncio”.
Em 2003 participou no livro dos 20 anos do “Tribunal Constitucional”.
As boas reportagens são grandes trabalhos de equipa.
Ama a vida, as pessoas e os lugares. Acredita que o secretismo, a clandestinidade e a cumplicidade são uma via interior, por isso solitária, do Homem para reencontrar a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
A seu respeito escreveu Manual Beça Múrias:
“E nem todos têm o sentido da oportunidade para estarem atentos quando a História e as histórias acontecem”.

Publicado por Rui Almeida em:
Pois ontem à noite estivemos mais uma vez na Cabana dos Parodiantes, para mais uma Tertúlia. Desta vez para ouvir as histórias deste jornalista/fotógrafo português, que contou durante duas horas e meia os momentos vividos no Timor, quando do referendo pela independência daquele país, em 30 de agosto de 1999, por intervenção da ONU e depois do Massacre de Santa Cruz, ocorrido a 12 de novembro de 1991, onde morreram cerca de 200 pessoas, pela mão do exército indonésio.

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