sexta-feira, janeiro 28, 2011

Fernando Tordo ensinando a fazer uma canção."Quero cantar até aos 80 Anos".

Casa cheia na noite de ontem, em Salvaterra de Magos. Eu já falei aqui tantas vezes, mas nunca me canso. A Cabana dos Parodiantes é cada vez mais um lugar bom de se estar. Fomos a primeira vez e nunca mais paramos de ir.
E já se diz que é uma casa do mundo, não só daquelas paragens.
Assino embaixo, ao lado, em cima, onde quiserem. Assino.

Fernando Tordo é uma figura simpática e amável, de tiradas inteligentes e de um encantador senso de humor. Mas não se enganem, porque há muito mais. Há uma voz que enche a casa e aquece o coração, em melodias de notas harmoniosas e que cabem perfeitas na voz do seu criador. Voz bonita a deste homem.

Não sei quanto tempo estivemos a ouví-lo, mas pareceu-me muito pouco, embora a tertúlia tenha sido dada por encerrada pelo amigo Peixe por volta da meia-noite.
Confesso que não conhecia nem Fernando Tordo, nem o seu trabalho. Ontem à tarde andei pesquisando na Internet e fui até lá com uma expectativa que acabou por ser superada e meia.
Virei fã.
Não há como não gostar da música de boa qualidade.
Ainda mais quando se conhece as circunstâncias do momento da criação, quando se sabe os detalhes, quem estava lá, que parceiros tinha, o que foi dito.
Como bem diz o Arsénio, passamos a dar outra conotação, sensivelmente melhor.

Como em todas as vezes, saímos de lá mais leves e aquecidos, apesar do frio. Da mesma forma com que se dá um até logo aos amigos mais chegados, depois de uma longa e gostosa conversa ao pé do fogo, aconchegados em um sofá que nos engole, literalmente, bebericando um vinho, entre uma canção e outra. Sem compromissos, sem regras pré estabelecidas, sem cobranças, nem julgamentos. Ao sabor do acaso e, por assim ser, completamente à vontade.

Desta forma acontecem as tertúlias naquela casa.

A Cabana é algo assim, como a sala aconchegante das nossas casas. Aquela em que só se recebe os amigos mais chegados, para um docinho e um licor, que se aprendeu a fazer com a avó e onde o tempo passa rápido demais, para o tanto que gostaríamos de eternizá-lo.




Fernando Andrade, homem dos Barretes, herdeiro dos Parodiantes de Lisboa, dono da Cabana e, como ele mesmo diz: um taberneiro apaixonado por cultura. Também é pintor.



Foi bonito ver as pessoas cantando as canções tão conhecidas e que, em algum momento, marcaram suas vidas. Há emoção verdadeira no olhar, na voz e nas palavras.


Histórias prá contar. Cada momento da vida com a sua trilha sonora. Essas coisas, realmente, não têm preço.


Hora de cantar.





Presença do jornalista Manolo Belo, acompanhado pela família. Frequentador assíduo da Cabana.

................................................................................................

A próxima presença memorável nas Conversas da Cabana será a de Margarida Martins, Presidente e fundadora da ABRAÇO, que vai falar sobre o seu trabalho como activista à frente da Instituição que apoia pessoas com VIH/SIDA há quase vinte anos, em Portugal. Também contará da sua trajetória, do seu amor à fotografia, do seu livro de fotos sobre Marrocos, dos próximos trabalhos nesta área e, claro, dos tempos do Zodíaco e de figura polêmica à porta do FRÁGIL, um dos mais famosos e míticos bares lisboetas do Bairro Alto, na década de 80, onde determinava, com "mão de ferro", quem entrava e quem não entrava no bar/discoteca. Diz o Fernando Andrade, dono da Cabana, que havia umas vezes em que ela o fazia acreditar que conseguiria, mas que a alegria durava pouco, na hora "h" nunca conseguia preencher os requisitos.

Mas isso deixo para ele contar ao detalhe.

O que sei é que o encontro promete.

E nós, como não poderia deixar de ser, estaremos lá!

..........................................................................

A Cabana está para fechar as 50 Conversas e isso resultará na edição de um livro, com os detalhes de cada edição das famosas tertúlias. A Margarida Martins será a 49ª convidada.


Nenhum comentário: