sexta-feira, outubro 01, 2010

Visitando nossos tios queridos em Pelotas.

Quarta-feira. Uma tarde gostosa de sol em Pelotas.
Visitar os tios é sempre um acontecimento. Além do carinho com que somos recebidos, são momentos de lembranças boas, divertidas e cheias de nuances.
São pessoas com muita vida interior, com muitas vivências para repartir e o tempo acaba passando sem que a gente sinta.
Pena não podermos conviver mais vezes. São momentos raros e especiais.
A tia Martha é a segunda filha dos meus avós maternos. A minha mãe é a primeira. Depois vêm o tio Beto, a tia Lourdes (Ude) e a tia Marita. Ela mora em Pelotas, a minha mãe no Cassino, a tia Ude e o tio Beto ainda vivem no Uruguai e a tia Marita em Santa do Livramento. Os três mais novos nasceram no Uruguai, mas a tia Marita acabou atravessando a fronteira para viver do lado brasileiro.
Nossas férias na casa da vó Maria, em Rivera, sempre eram especiais. Mas isso é um assunto longo e cheio de histórias, que um dia conto aqui.
A tia Martha sempre viveu em Pelotas, desde que casou com meu tio Clóvis. E sempre foi uma referência de carinho, bom gosto e elegância, para nós. É uma mulher bonita e forte, uma figura marcante, a minha madrinha Martha. E tem esta peculiaridade, adora colecionar antiguidades. Tem coisas lindas e um cuidado bonito com as suas lembranças.
E adoro ver como circula entre o antigo e a modernidade, com uma graça que é só dela. Na sala cheia de raridades tem a sua mesinha móvel e um notebook, onde passa boa parte do tempo conversando com os filhos, amigos e a família. Usa as ferramentas todas, vai descobrindo. É uma mulher moderna e adaptada aos tempos. Pergunta tudo e nos diverte com as suas tiradas espirituosas. É uma casa cheia. Os dois formam uma dupla impecável.
Quando eu era adolescente e estudava em Pelotas, às vezes passava grandes temporadas com eles, na grande casa branca que tinham ali no início das Três Vendas. A Marlot e o Clóvis Júnior eram um pouco mais velhos do que eu. Meu parceiro era o Carlinhos. O tio Clóvis era quem nos acordava cedo para a escola e preparava umas torradas deliciosas no café da manhã, enquanto tomava o seu chimarrão. Nunca esqueço o gosto daqueles cafés e do carinho dele, sempre brincando e rindo das nossas travessuras. Deixava cada um de nós na escola e depois ia trabalhar. Um grande pai e um tio cuidadoso foi o que sempre tivemos.
Quando a gente se encontra, sempre lembra disso e rende muita risada, porque a gente também aprontava muito naqueles tempos. Coisas de gurizada. E ele nos educava com brandura, na conversa, na calma.

Hoje a prima Marlot mora em Passo Fundo, onde é advogada e professora universitária, o Clóvis Júnior é um empresário e vive em Gurupi, TO, e o meu querido companheiro Carlinhos é uma lembrança viva e amorosa que tenho, sempre com muita saudade, porque nos deixou ainda muito jovem, quando fazia planos e mais planos de uma vida plena. Deus quis assim e a gente tenta entender e aceitar, embora seja sempre muito difícil. Toca-se a vida, embora a falta nunca seja preenchida no coração.

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Passamos uma bela tarde com eles. E a tia, sempre muito delicada, mandou-me uma bonita mensagem pela internet, à noite, agradecendo pelos bons momentos partilhados. Ela é demais!
Obrigada a vocês, tia!
Ainda vou fazer uma foto com a Betina, prá mostrarmos o delicado presente que nos deu, feito com todo o carinho pela senhora.

A sopeira antiga e bonita que a tia deu prá mãe.
Momento do chá. Bolinhos e geléias da tia. O tio Clóvis e minha irmã Betina.
Chá de baunilha e as delícias que a tia faz prá esperar a gente. As louças da avó Maria sempre fazem muito sucesso. E está tudo impecável. São momentos tão bons de muitas histórias e lembranças.

A minha tia Martha sempre adorou antiguidades. Tem todas as lembranças da infância e adolescência muito bem conservadas e arrumadas em sua casa. A gente vai se emocionando a cada objeto, porque todos têm uma história, que ela conta com muita graça e propriedade.

Cigarreira que foi do meu avô Hidro Alves Ferreira e que muito depois a minha avó Maria deu ao primo Carlinhos, como lembrança do vô. Ela guarda tudo com muito carinho.

Tia Martha, mãe, Tio Clóvis e eu, no cantinho preferido do tio, perto da janela que dá para a Praça Coronel Pedro Osório e de onde tem uma bela vista da cidade.

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