Tem chovido bastante nestes últimos dias. Nos dois últimos, mais precisamente.
E isso, de alguma forma, altera o comportamento das pessoas.
O que já é um pouco reservado, por aqui, passa a ser mais reservado ainda.
As pessoas fazem como que uma espécie de viagem para dentro. De suas casas, de seus costumes, de si mesmas.
Desde ontem que vemos filmes. Um atrás do outro. Já foram cinco dos que catei na FNAC. Fora os normais da TV, a cada intervalo.
Há tempos assim, introspectivos.
Enquanto passam os créditos na tela, a cada final, a gente fica distante, pensativo, tentando administrar cada mensagem e adaptar dentro daquilo que pensamos ou desconfiamos ser. Nada se comenta. Nenhuma percepção é discutida. Passa-se a outro, automaticamente. Como um vício.
Em algum momento à frente há de surgir uma frase qualquer dita no filme, uma cena, uma imagem, que parecerá ter alguma coisa a ver conosco ou que poderá aplicar-se em determinada situação de um dia-a-dia. Tão qualquer como isso.
Os filmes contam de coragens, de desafios, de amores, de loucuras, demências, de vidas, de mortes, de paixões, de sexo, da miséria humana, de mentiras, de verdades relativas. Tudo o que cabe na cabeça de uma pessoa qualquer, em um tempo qualquer, e até o que não cabe, o que extrapola.
As imagens são verdes, azuis, amarelas, cinzas, vermelhas, grenás.
As paisagens bucólicas, os cenários às vezes deprimentes, mas o fato é que em tudo há encanto, mesmo que triste e mesmo na ausência de luz.
Costumo dedicar-me a este exercício vez ou outra.
Porque não podemos afastar-nos demasiado do que é suposto ser real.
E também porque, em contraponto, gosto da idéia de sentir-me dona da vida que escolho levar.
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