segunda-feira, novembro 22, 2010

A CRISE

Por mais que não se queira falar, acabamos por nos dar por vencidos. As notícias estão na TV, jornais, rádios, revistas, em tudo o que se vê e escuta.
Não quero fazer nenhum juízo.
Isto é com os entendidos.
Apenas tenho uma percepção e como tal coloco aqui.
Penso que o governo irlandês demorou algum tempo para dar o braço a torcer e esteve até há pouco afirmando que não precisavam de ninguém de fora para resolver os seus problemas.
Tentaram de verdade.
Entendo o pensamento deles. É uma questão de manter a soberania. E acho louvável que queiram manter. Amam o seu país, têm orgulho dele, querem ser capazes e mostrar que são.
Mas na última semana as coisas se complicaram.
E hoje houve um pronunciamento do Primeiro Ministro, Brian Cowen, que definiu as ações que deverão ser postas em prática a seguir.
No final de dezembro dissolve o Parlamento e convoca novas eleições para o início de 2011, mas somente após aprovar o próximo Orçamento (2011) e implantar o pacote de ajuda financeira da União européia e do FMI ao país.

Quem vive aqui comenta que já começam a aparecer consequências no dia-a-dia.
Pessoas a perderem o emprego, empresas a cortar horas de trabalho, os preços nos supermercados a baixar, começa a haver mais promoções de produtos, os preços dos imóveis a sofrer reduções, e por aí vai.

Mas, como eu falei noutro dia, se estamos em Dublin, a julgar pela aparência, custamos a acreditar nesta realidade. Os pubs estão cheios, as ruas repletas de pessoas fazendo compras de Natal, as lojas com movimento aparentemente normal e as pessoas continuam alegres, simpáticas, educadas e solícitas. Não se vê ninguém mau humorado.

Tenho um carinho especial pela Irlanda, talvez pelo fato de terem acolhido tão bem o Gabriel e a Renata e tantos outros amigos que fizeram por aqui, de muitos lugares do mundo. Torço de verdade para que consigam reverter muito depressa este quadro, mas tenho consciência de que não vai ser uma tarefa nada fácil. Deus ajude.

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