domingo, março 21, 2010

A Rede + PLP


Nos dias em que se realizou o III Congresso da CPLP VIH/SIDA.IST, aqui em Lisboa, estivemos reunidos, um grupo de representantes de cada país, para definir a formalização efetiva da Rede + PLP, que reúne a Sociedade Civil de todos os países participantes da CPLP- Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
No II Congresso, que se realizou no Rio de Janeiro, em 2008, um grupo de pessoas, também representantes dos países que formam a comunidade, redigiu um documento dando origem à Rede, e durante estes dois anos ficaram encarregadas de divulgar e reunir o maior número de pessoas atuantes em cada país, individuais ou coletivas, que vivem, convivem ou trabalham com VIH/SIDA (para nós, brasileiros, HIV/AIDS) e que não representam órgãos governamentais, uma vez que falamos de sociedade civil.
Foram momentos de grande enriquecimento, de depoimentos e testemunhos reais, contundentes, importantes e definidores dos rumos que deveremos seguir daqui por diante.
Eu, como muitos outros que lá estavam, não fazia parte da Rede. Passo a fazer, a partir deste encontro, tanto como pessoa individual, como integrante da Abraço, a ONG onde trabalho e, como tal, tenho voz, apesar de não ter direito a voto, uma vez que o VOTO é possível para ONG´s e Instituições da Sociedade Civil, formais ou não formais, organizadas e reconhecidas. Portanto, ainda assim, posso opinar dentro da instituição onde trabalho e, de alguma forma, contribuir para o desenvolvimento do trabalho da Rede + PLP, através da pessoa que irá representar a ABRAÇO dentro da Rede.
Acho correto.
É preciso valorizar os movimentos legitimamente organizados.

Claro que durante os quatro dias houve muita discussão (começamos ainda no dia 16, um dia antes do início oficial do Congresso). Cada país com as suas verdades e urgências. Não é fácil colocar tudo dentro de um maço de folhas de papel e de forma democrática. Mas houve coerência, vontade e muita determinação de todos. Um sentido de cooperação e solidariedade muito forte, o que nos valeu a inclusão de um parágrafo dentro da Carta de Lisboa, ao final do III Congresso da CPLP. É um marco muito importante para a Rede + PLP. Fomos reconhecidos e inseridos na comunidade da CPLP como membros legitimados.
A leitura da Carta de Lisboa teve um clima alegre e festivo, porque ao que parece, todos fomos contemplados dentro das expectativas que tínhamos com relação a este terceiro encontro.

Foram escolhidos dois membros de cada país dos oito participantes da Rede para, durante um mês, coordenar a escolha dos representantes oficiais, também em número de dois, que deverão estar à frente da Rede +PLP até o próximo encontro, em Maputo, Moçambique, em 2012, quando serão escolhidos novos representantes, contemplando a rotatividade dentro da organização.

A curiosidade ficou por conta de uma certa dificuldade na redação do documento. Não pelo conteúdo, mas pelas diferenças que existem dentro da língua portuguesa escrita e falada em cada um dos oito países. A tentativa era de que cada palavra fosse efetivamente entendida e fizesse sentido para todos. Não foi nada fácil chegarmos a um consenso. Portugal tem uma certa tendência a valer-se do fato de ser língua-mãe. E todos os outros países têm a característica de também possuir forte personalidade.

Mas afinal o documento foi a termo e a Rede + PLP já é uma boa realidade. Na verdade, desde a sua fundação, em 2008, no Rio de Janeiro, Brasil, pela iniciativa de pessoas como o padre Alfredo Dorea, de Salvador, Bahia e a Juçara Santiago, ambos do Brasil, a Margarida Martins, da Abraço e a Fernanda Cardoso, de Portugal, a Tereza Cohen e a Inês Gaspar, de Angola, além de tantas outras que foram muito importantes no processo.
Agora foi fortalecida.
É o que efetivamente nos interessa.
De resto, ao trabalho!
Temos muito o que fazer.


Maiores informações sobre o Evento em http://www.congressohiv-cplp2010.com/



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