sábado, junho 13, 2009

Marchas Populares, Noite de Santo António

Como dizem no nordeste brasileiro, pense que tinha gente na rua ontem à noite.
Um mar de gente. Muita comida, bebida, cores e cheiros no ar.
Ambiente de festa, da boa.
Gostei.
Das marchas verdadeiramente, não vi quase nada. Escolhemos mal o lugar onde ficar, ali o pessoal dispersava, depois de ter desfilado. Como se diz aqui, o primeiro milho é para os pombos, da outra vez a gente se organiza melhor.
Mas a festa mesmo acontece nos arraiais. O desfile é prá decidir quem vence as Marchas. Sinceramente, do pouco que vi, achei melhor tê-las assistido no Pavilhão Atlântico, em 2007. É um espetáculo mais bonito, mais iluminado, as torcidas mais entusiasmadas, a gente tem maior noção do que é o concurso. Como festa popular, preferi a que acontece no meio do povo, mais genuína, preservando costumes e tradições.
Por todo o lugar, o cheiro de sardinhas assadas e muita fumaça. E isso que dá o tom à festa. As pessoas se divertem, cada qual a seu modo. Dançam, brincam, fotografam, bebericam e comem as sardinhas e não só. Há pão com febras, chouriços, as famosas bifanas, sangria, ginja. A coisa toda cheira muito bem.
A cada meia dúzia de passos, um arraial iluminado, enfeitado e com música.
E a gente sobe escadarias, desce, entra num bairro, passa prá outro, a festa se espalha pelo centro de Lisboa, como se as pessoas todas fizessem parte de uma grande vizinhança e tivessesm se juntado prá uma churrascada.
É divertido.
Eu gostei.
No próximo ano talvez queira assistir mais um pouco do desfile, mas para isso vamos ter que ir mais cedo para a avenida Liberdade e marcar terreno. Chegamos cedo à Baixa, eram umas oito horas, mas ficamos passeando entre os petiscos, a Ginja e as farturas, enquanto esperávamos os primos. Quando fomos procurar lugar para assistir, claro que já não havia prá ninguém, pelo menos nos mais estratégicos, já que as evoluções acontecem em frente ao Parque Mayer.
Foi uma noite interessante.
Fez lembrar o carnaval em Salvador, na Bahia, mas sem o agito. Mais pelo mar de gente e pelos cenários.
Coisas que me espantaram: a venda de bebida em garrafas de vidro e as pessoas a circular normalmente com elas na mão.
Não vi nenhuma briga, rusga ou bate-boca.
Outras que não me espantaram: as pessoas bebem prá caramba (sobretudo a gurizada) e volta e meia a gente tem que se cuidar prá não ser literalmente vomitado.
O pessoal faz xixi onde calha, sobretudo a ala masculina da festa.
A determinado momento a gente já não caminhava, só ficava de pé e a massa ia se movimentando lentamente, em bloco, homogênea. E se alguém leva ou levou alguma mão boba na bunda ou onde quer que seja, não houve manifesto.
Enfim, a festa é bem boa.
Ano que vem quero ir de novo.


O pessoal chegando e fazendo aquecimento.
A fila prá Ginjinha...Tudo isso?
Restaurantes cheios, todos cheios mesmo.
As sardinhas esperando para serem assadas e consumidas.
Quase prontas...hmmmmmmmm
Manjericos e não só...
Isso já tá pronto, seu Manel? Bifanas, chouriços, entremeadas, coisa e tal...
Junto ao monumento em homenagem aos judeus, esperando os primos.
Vasinhos de manjericos, imagens de Santo António e de outros ilustres portugueses, cravos, Nossa Senhora, tudo para vender ao pé da Igreja de Santo António.
Só me fazendo...bebi água a noite inteira. E o Arsénio dizendo que eu devia ser presa por esse sacrilégio.
Este povo já come...
Pippi Room?
Final de festa...ai meu pezinho!
Volta para casa pela Rua Augusta.
O povo inventa cada coisa...

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