segunda-feira, julho 11, 2011

sexta-feira, julho 08, 2011

Há sol!

E um inverno assim, com este solzinho a aquecer a alma da gente, tem o seu valor.

De volta ao Boqueirão

Voltando do Cassino, pela estrada que agora é muito boa, sim senhor, viemos cantando, eu e a Carol.
Viagem boa, tranquila.
Passada rápida em Pelotas, prá levantar uns documentos e comprar doces e toca a andar. Infeliz ou felizmente a Fenadoce acabou há uns dias atrás, senão era um estrago sem tamanho.
E o inverno já é bem cruel neste aspecto, sem precisar dos doces. Come-se tudo o que é mais forte, mais temperado, mais gorduroso e bebe-se. O resultado toda a gente já sabe. Mas também não dá prá pirar. A coisa toda é tentar compensar sem culpa. E, se não houver remédio, tentar manter-se saudável. O resto é aceitar o que Deus nos Deus e ser bem feliz.

quinta-feira, julho 07, 2011

Noite e frio

O sol foi embora pelas cinco e meia da tarde e deixou atrás de si apenas o frio.
A lareira funcionou o dia inteiro, mas já queima o restinho de lenha e restam só as brasas.
Hora de deitar, ir pro quentinho e se abafar, deixando só os olhos de fora.
"Elas não usam pijama", dizem.
Mas eu sim.
Nem consigo pensar em outra coisa que não seja o tecido macio, confortável e quente de um pijama fofo. Estar dentro dele é tudo de bom. Tem gosto de infância.
E as meias grossas, cheias de bichinhos cor-de-rosa ou desenhos de arabescos? Uma por cima da outra, claro.
Também, sim senhora!
E será que alguém dorme de luvas?
Eu durmo.
Aliás, hoje vou dormir pela primeira vez.
Que se lixe!
Deus me livre esta sensação de congelamento.
E tem o chocolate quente.
Ou melhor, um chá.
Gente, boa noite!
Antes de dormir, vou rezar por um sol bem bonito prá amanhã.

quarta-feira, julho 06, 2011

Cassino Beach

Acordo sempre cedo.
Muito cedo.
Toda a gente já sabe.
Levanto cedo, também.
E saio batendo palmas pela casa, como fazia o meu pai, enquanto preparava o café.
Além do fato de ser colorada, herdei isso dele.
A gurizada, nos tempos áureos da adolescência, queria me matar. Ou pelo menos algemar. Ou trancar as portas todas e colocar protetor de ouvidos.
Continuo batendo palmas e colocando música.
Às vezes batendo panelas na cozinha. Pelo menos aos finais de semana. O Arsénio que o diga...A mulher dos tachos é mesmo um espanto.
Mas aqui no Cassino, com este frio considerável, tenho me acobardado.
O vivente fica meio sem coragem, pura verdade.
Acordei cedo, como de costume.
Puxo o portátil, que dorme ao lado da cama e haja mundo.
Mas isto hoje tá complicado, já me dá vontade de enfiar umas luvas. Como a preguiça e o frio, mais frio do que preguiça, não me deixam sair da cama prá ir procurar na mala, estico as mangas da camiseta que está por baixo do pijama (sim, isso é uma superposição de roupas que nunca mais se acaba) e tento cobrir pelo menos parte das mãos, enquanto digito. O nariz é uma pedra de gelo em cima da cara. Espirro, espirro. E os olhos marejados o tempo todo, à exceção de quando durmo, mais parecem de um desgosto sem fim.
Um quadro já meio esquecido, não me lembro de sentir tanto frio assim lá em Lisboa.
Pensar que o povo lá não acredita que aqui também há um inverno tão rigoroso quanto. Quase pedem prá gente mostrar fotos.
O Brasil, pro pessoal do outro lado do Atlântico, é só nordeste, sol, calor, praia, samba e muita caipirinha. Mulheres, também, claro. Férias eternas.
De uns tempos prá cá, um país com futuro.

Levantar é preciso!
Não tem jeito.
Minha irmã Betina acabou de chegar de Rio Grande e a mãe já tem a mesa posta pro café.
É hora de botar os assuntos em dia.
Coragem, que lá fora há sol.
Volto mais tarde.
Um belo dia a todos.

FRIO?

Bem capaz.
Fresquinho.
Nem sei quantos graus, mas não dá nem prá botar as mãozinhas prá fora da coberta. Ficar no quentinho é uma opção inevitável.
Cassino no seu melhor. Sei que tem sol lá fora, mas nem me animo a arriscar.
Daqui a pouco...só mais um pouquinho.

A mãe já anda a funcionar lá pela cozinha, de certeza. Sinto o cheirinho do café.
Ô mãããeeeeee...a senhora é muito corajosa.
Deus lhe conserve!

domingo, julho 03, 2011

E não assim, sem uma razão qualquer...Floripa.

Volto a Floripa.
Volto à Barra da Lagoa.
Vou viver lá.
Quero plantar flores nas floreiras das janelas, cuidar do jardim, arrumar a casa, cozinhar as minhas comidas preferidas, escrever, dormir rodeada de livros e filmes, cantar, fotografar a vida e as gentes e preparar novos projetos.

Vou viver perto do mar e dos seus encantos. Acordar com o canto dos passarinhos, ver o sol nascer e sentir o cheiro das plantas molhadas pelo orvalho e pela chuva caída na noite. Caminhar na praia de manhã cedinho, quando ainda só andarão por lá as gaivotas.Tomar um café quentinho e cheiroso, com o pão novinho padaria do costume, comprar o peixe fresquinho da mão do pescador, ali no cais, comer o pastel de camarão do boteco ao pé da ponte pênsil, conversar com as pessoas e depois visitar a vizinha do outro lado do muro e contar os sonhos que só se conta aos melhores amigos e irmãos.


À tardinha, deitar na rede, ler um pouco, fechar os olhos, respirar profundamente e criar meus mundos.

E terei a porta sempre aberta às pessoas mais queridas da minha vida.
E fecharei a porta toda a vez que tiver vontade de andar no mundo sem eira nem beira.
E irei ter com amigos, amores, lugares, sempre que a saudade se fizer insuportável.
Foi o jeito que achei de ser fiel ao que sou, em tempo integral.

Tinha saudade de mim, assim.

PS: Só o probleminha aquele dos mosquitos e mutucas ainda não sei como hei de resolver. Mas todo o sonho que se preze tem o seu senão. E acaba por ser mais um desafio a vencer. A ver vamos.

Outros tempos

Não foi assim: um belo dia acordei e decidi voltar ao Brasil. A vontade foi criando forma.
Se é de vez?
Não sei.
Nunca poderei dizer isso, nunca vou saber.
Neste momento, estou onde quero estar. Gosto de estar no meu país. Gosto de estar perto das pessoas queridas. E preciso ter o canto meu. Meu canto de estar e poder cantar com a voz que quiser.
Com o tempo, a gente começa a dar mais valor às vontades que vão aflorando, os quereres reprimidos, e passamos a admitir o antes inadmitido.
Temos uma vida e a alma cheia de sede dela.
E o mundo, tão grande.
A idéia é no desafio, agora.
Mais um.
Mais outro a compor
esta vida que se quer sendo de verdade.
Não um rascunho que se tenha que passar a limpo.

Dúvida

Por que será que tenho essa estranha sensação de que andamos a bailar no limbo?

Fato

Conversar é um hábito.
Quanto menos conversamos, menos vontade temos de fazê-lo.
E acabamos por nos limitar ao nosso próprio mundo.
Conversar é um exercício e não é o mesmo que falar, pura e simplesmente.
Ainda não havia parado prá pensar nisso.

Os dias

Gosto de frio.
Mas frio com sol.
Esses dias assim, cinzas, me trazem angustiada.

Vontades

De pedir um china in box agora, para comer sentada no tapete da sala.
De ter um fogo aceso, num cenário de aconchego, rodeado por móveis e piso de madeira cor de madeira. Qualquer coisa meio country, com forros em pano xadrez em verde, preto e vermelho, almofadas fofas e uma taça de vinho tinto seco.
De ter com quem conversar conversas compridas sobre qualquer coisa. Dar risada com vontade, chorar, quem sabe, e tentar entender porque cada vez mais as pessoas fogem de conviver, pura e simplesmente, sem que seja necessária uma razão para tal.
Cor de fogo.
Cheiro de fogo.
Barulho de fogo.
Lenha a estalar.
E o tempo todo sem tempo de ir embora.

E depois...

Eu gostava de estar sentada em frente a uma lareira, a olhar um fogo vermelho e crepitante.
Gostava. Por que não?
Eu sei, eu sei, o certo era gostaria.
Mas é um jeito querido que os portugueses têm de falar quando querem dar um sentido carinhoso às frases. E eu gosto disso.
Gostava e gosto.
Há coisas que ficam em nós.

Quanto ao fogo, de alguma forma, me hipnotiza.

Coisas de inverno

Faz frio.
Indiscutível.
Assunto encerrado e congelado.
E a gente inventando mileuma coisas prá sobreviver a estes tempos.
Inventa vinho, ensopado, quentão, fondue, pipoca, filmes, dvds.
Inventa músicas engraçadas e conversas de puro filosofar.
Às vezes vinho a mais, noutras entendimento a menos.
A falta que faz uma lareira ou um fogão à lenha.
Confusão. Confusão.
Amanhã é outro dia.
E com ele, decerto a luz.