quinta-feira, abril 29, 2010

E mais...olha a coincidência! Este mundo é mesmo muito pequeno, é redondo e gira.

Pois ontem o Zé Jorge e a Paula Fino, casal de amigos, ela colega do Arsénio na Galp, nos convidaram prá um Jantar Concerto lá em Salvaterra de Magos, que fica a mais ou menos uma hora de Lisboa.
Eu tava super animada, achando que ia ser um programa legal prá um final de tarde, começo de noite, com música ao vivo e uma brasileira cantando.
Olha, superou!
Chegamos ao Cabana dos Parodiantes de Lisboa, lugar onde aconteceu o evento, antes de toda a gente. Ainda estavam organizando as mesas. Era cedo. Mas a moça que ia cantar já estava cantando, aliás, passando o som. Super simpática, uma voz de um timbre lindo, vi logo que ia adorar.
E o repertório, pura bossa! E mais.
Adivinha...Tom Jobim, Vinícius, Villa Lobos. E jazz, gente!
E o vozeirão da Jaqueline.
Uma coisa!
Ficamos por ali conversando com o pessoal, os donos do lugar, até que os nossos companheiros chegassem. Sim, os donos são a Rosani, uma brasileira super simpática e o marido, o Fernando Andrade, português ali da terra, é claro. Gente boa de verdade.

Foram contando sobre o bar/restaurante/café, sei lá mais o que, que aquele lugar é tudo de bom, um lugar super agradável e aconchegante, parecendo um pub. Um negócio de família já tradicional em Salvaterra, há algumas gerações, onde se realizavam e realizam até hoje as famosas tertúlias culturais. O ambiente onde nos sentimos em casa.
Com eles, promovendo a noite, estava o jornalista José Valentim Peixe, correspondente da Lusa, agência oficial de notícias aqui de Portugal, e que me contou ter morado no Brasil por dois anos e ter sido professor do IPA, em Porto Alegre. E que também é namorado da Jaqueline, esta moça de voz linda, que faz mestrado em canto na Universidade de Évora, ali no Alentejo, que ele conheceu lá em Porto Alegre e se encantou.
O Peixe conta também que viveu um tempo entre os índios guaranis lá no RS e, como fotógrafo, fez um trabalho muito bonito, que tem mostrado por aqui. Provavelmente vamos ver tudo isso no dia 8 de maio, em Santarém, na Casa do Brasil, onde vai estar expor o seu trabalho. E a Jaqueline vai cantar.
A comida, uma delícia. Bobó de camarão e Feijoada à Brasileira, como só a brasileirada sabe fazer. Tudo ao detalhe.
As músicas todas que a gente adora: Desafinado, Chega de Saudade, Modinha, Wave, nem sei...tantas. E nas teclas a magia e suprema musicalidade do Mauro Dilema, italiano e professor de piano na Universidade de Évora. Tocando bossa da melhor qualidade, pensem!
E já vou dizer de novo, a voz da Jaqueline, perfeita. E aquele sorrisão de gente em paz.
Pois daí a moça canta, a gente ouve deliciado, canta junto emocionado, o show termina e a gente fica querendo mais. Ela ainda nos dá bis, eu peço Modinha de novo, ela canta. Eu olho a Jaqueline e fico me perguntando de onde é que a conheço.

Deixo estar. Não ligo na hora. Ainda converso com o pessoal, perguntando e anotando os nomes direitinho com a Rosane, prá colocar aqui no blog.
E essa guria, Jaqueline Barreto, de onde?
Então qualquer coisa me leva até um Musicanto, lá pelos anos oitenta. Será?
Levanto e vou até ela.

_ Me tira esta dúvida que tá aqui me martelando. Tu alguma vez cantaste no Musicanto, em Santa Rosa, junto com o Neto Fagundes, uma música do Giba Giba?

- Cantei.

- E ganharam o Festival naquele ano, não foi?

- Foi, sim!

- E eras uma moça magrinha, vestindo uma calça branca? A primeira vez que cantavas em festivais?

- Sim, sim! Era. Magrinha e boa!

- Claro, eu sabia! Eu estava lá e tenho fotos. Juro que tenho fotos e mais fotos de vocês. Do festival todo. Do momento da entrega do prêmio, da emoção, de tudo. Ganharam um carro, não foi?

-Pois foi, menina! Eu na época morava em um apartamento onde nem havia uma cama, só o colchão. Ganhamos um monte de dinheiro de prêmio, consegui comprar todas as coisas pro apê.
-Mas eu tô encantada de conseguires lembrar de tudo isso. Que memória!
....................................

Gente, este mundo é mesmo pequeno, eu digo.
E redondo.
E gira mesmo, não gira?
E a Jaqueline, que já era boa, e não só no sentido a que ela se referiu, brincando, realmente, ficou ainda muito melhor. Ela canta bem demais.
Coisa bem bacana isso.

Noite ganha, ao melhor estilo. Adorei tudo. O lugar, as pessoas, os nossos companheiros de mesa, autocaravanistas como nós. Zé Jorge, Paula, a Maria Celeste e o Luís Santos, que comemoraram com a gente os 37 anos de casados deles. A Inés e o Luís Filipe Louro, a Nair e o Raul Almeida.
Maria Celeste e Luís
Paula
Zé Jorge
Nair e Raul
Inés e Luís Filipe

Que gente divertida e legal. Fiquei fã.

E fiquei ainda mais fã da Cabana dos Parodiantes.

Com certeza volto lá, prá alguma tertúlia ou concerto. Ou prá comer comida brasileira, portuguesa, o que for. E mais: eles lá fabricam o Barrete, uma espécie de queijada com doce d´ovos dentro. Credo, aquilo é um atentado.
Deixei lá o meu telefone.
PelamordeDeus, me liguem, me chamem que eu vou.

E, olhem, se quiserem saber quem é a Jaqueline Barreto, confiram:

http://eventos.jbarreto.com/

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